“La Belle Verte"
é uma produção francesa, de 1996, que teve Caroline
Serreau como protagonista e diretora.... Uma bela fotografia, principalmente humana, uma bela música e uma mensagem muito atual, tudo isso feito com pouco investimento. Quase um pequeno conto,
diria... Mas, que faz criticas muito interessantes sobre a nossa
sociedade. Muita coisa que discuto em meu blog encontrei nele e por isso o inseri.
Aqui no Brasil o
título como sempre foi horrível: “Turista espacial”. Aff. Acho
que foi por isso que nunca o vi..rs
A história é simples,
mostra uma civilização em um outro planeta, muito mais
adiantado que a Terra..rs Se considerarmos adiantamento diferente dessa
visão tecnológica de nossa civilização, onde progresso está relacionado com máquinas e
intervenção em nosso meio ambiente. Ali, o homem se relaciona com a
natureza em harmonia total, porém, parece que passou por várias outras
etapas parecidas com a nossa, com a diferença que aprenderam
rápido e conseguiram consertar os erros a tempo...rs É uma ficção que muito bem poderia virar
realidade por aqui!
A mensagem que me passou é que o simples é belo e o homem consegue desenvolver em si o que precisa para sobreviver.
Ele começa em uma assembleia planetária
anual, onde são tomadas várias decisões, entre elas as viagens
para outros planetas. Há 200 anos ninguém quer vir para Terra e é
muito engraçado como se comportam quando surge a pergunta: “Alguém
quer Terra?”... O silêncio se faz e quase nem se mexem. Por
um certo motivo um personagem resolve vir para cá e essa aventura cercada por uma crítica com tom satírico é o desenvolvimento do enredo.
Não vou comentar muito
porque perde a graça. Talvez nos comentários a gente possa dizer mais algumas coisas..rs
Só lembrando que recebi a indicação do filme por e-mail do site de Anjos da Luz. Grata,
fadinha.
Tenho dito algumas
vezes que se existe perigo de colapso no momento não é da estrutura
física da Terra, essa independe de nossa vontade está seguindo o seu ciclo. Por isso, natural. O perigo está nas
estruturas frágeis de nossa civilização, a começar pelo sistema
econômico, onde se percebe os verdadeiros abalos que podem nos
impulsionar a mudanças radicais, quem sabe uma dessas mudanças seja
a nossa maneira de relacionamento com nosso meio natural.
Vejam, que construímos
um mundo a parte de um outro mundo que existe independente de nós
humanos, porém, é o que nos sustenta. Não soubemos nos relacionar
em harmonia e integrados com esse mundo verdadeiro de bases sólidas
e engrenagem perfeita, o trocamos por um modelo de vida baseado em
ilusões, sendo a principal delas a de termos domínio sobre esse
pequeno globo que vive na órbita de uma linda estrelinha chamada
Sol.
Vivemos por alguns
poucos séculos, principalmente no último, consumindo
desenfreadamente nosso meio de vida - os recursos do planeta - sem
nos importar com as consequências. Tudo em nome de um sistema econômico
que estava fadado ao fracasso desde o início. É bom lembrar
que desse consumo exagerado boa parte de nossa civilização esteve a margem, pois, para que
todos aqui na Terra consumissem no mesmo padrão como o da chamada
classe média, seria necessário uns quatro planetas para serem consumidos e destruidos.
Marx e Engel e outros pensadores já falavam desse possível colapso. No famoso Manisfesto
Comunista tem um trecho que considero profético, se vemos
profecia como um senso de observação aguçada que nos faz
vislumbrar o que teremos a frente. Nele diz:
“Tudo o que é sólido
se desmancha no ar, tudo o que era sagrado é profanado, e as pessoas
são finalmente forçadas a encarar com serenidade sua posição
social e suas relações recíprocas”.
A solidez ao qual fazia
referência era a das ideologias tão enaltecidas e
preservadas em determinados momentos, as formas de governar, aos
modos de produção e estruturas que pensamos serem sólidas. A
história mostra que todas rompem-se e caem. Para eles, com o
capitalismo não seria diferente, teria um ciclo que como de todos os
anteriores chegaria ao seu final. Como vemos, vivemos de ciclos
fechados que se esgotam em si mesmo. Falei disso no post anterior, Reaprendendo com as estrelas.
O erro desses
pensadores foi pensarem na época que o sistema já estava morrendo e
seria trocado por outro que chamaram de socialismo. Só que o capitalismo ainda tinha muito fôlego, duraria enquanto
tivesse o que consumir, sendo esse o princípio pelo qual baseia
sua estrutura: Consumir, consumir, consumir, em uma cadeia que devora
a si mesmo.
Dando continuidade
implantou-se em um certo momento a ilusão que consagrou o delírio
pelo Ter e nele concentrou-se o Poder. Quem mais tem, obtém o
Poder. Querer é Poder, não importando o que se queira. Então, na
desenfreada modernidade, tinha-se que querer cada vez mais coisas,
para alimentar a rede devoradora até o ponto de transformar tudo em
supérfluo.
Para aumentar as
possibilidades de consumo que não se sustentava mais em objetos,
começou na pós-modernidade o consumo de
conceitos, ideias, pensamentos, levando a um culto ao narcisismo e ao
corpo. Não a saúde, mas a conceitos forjados de beleza que como
tudo se desmanchava a cada estação. Nesse ponto a vida
tornou-se superficial, até mesmo as relações humanas ficou ao
nível da banalidade. Sem firmes alicerces fica mais fácil derrubar
construções para colocar outra no lugar.
Mesmo assim, precisava de mais velocidade, essa é a palavra-chave na sociedade da informação. A informação passou a ser mais uma mercadoria de
grande escala de consumo. Não precisa saber, não precisa entender,
não precisa pensar, é só consumi-la e achar que se sabe alguma
coisa.
A relação com o tempo
muda e as relações entre pessoas passaram a se desenvolver em
outras plataformas.
Nesse ponto o sistema
caiu em uma armadilha, porque ao contrário do que propagava, o poder
durante todas as épocas da história conhecida, nunca
esteve nas mãos de quem tinha mais posses, mas sim, nas
mãos dos detentores dos meios de acesso as informações e ao
conhecimento. Sempre foi assim, desde o início da escrita. Mas, essa
é outra história que talvez insira em meu blog qualquer dia.
Voltando ao início,
exatamente agora que existe um colapso anunciado no sistema econômico, a Terra apresenta de forma mais acentuada as alterações climáticas. Será coincidência?
Mesmo que existam divergências entre
cientistas do quanto colaboramos para isso, o certo é que estamos
sofrendo as consequências desse mal relacionamento com o meio
ambiente. Fomos no mínimo incapazes de manter uma integração com
ele para nos adaptar aos seus ciclos.
Nesse momento também,
o acesso a informação que foi disseminado aos quatro ventos, deu origem as redes sociais, onde vemos de tudo, inclusive pessoas com
afinidades de pensamentos ao redor do mundo passando novos conceitos
e organizando movimentos.
Elas já deram sinais de que não são fogo de palha, e mais um exemplo está sendo dado com
os protestos contra Wall Street que se propagam pelos Estados Unidos
e já cruzam o oceano Atlântico. Na Europa encontrará muito
combustível para grandes explosões, onde países como a Grécia,
Espanha, Portugal e Itália já enfrentam sérios riscos de um
colapso econômico. Na Alemanha os protestos já estão sendo
marcados.
A solidez desse sistema
está evaporando pelo ar, não pelas chaminés das fábricas, como as
imagens sugeridas pelos seus questionadores no século passado, mas
pelo seu esgotamento e pela disseminação binária.
Como no conto de
Matrix, a realidade está começando a permear as consciências
humanas, gerando muita confusão de ideias, incomodos e medos desconhecidos. Caso isso aconteça que não teremos muitas escolhas, como não tiveram milhares de
seres que viveram em condições de miséria em nosso planeta devido
as desigualdade implantadas por esse sistema. A pilula vermelha será
enfiada goela abaixo! Só resta saber como reagiremos, como
enfrentaremos essas mudanças que irá terremotar nossas estruturas.
Espero que a outra frase desse texto se tranforme em realidade:
“e as pessoas são
finalmente forçadas a encarar com serenidade sua posição social e
suas relações recíprocas”, incluiria aqui: e com o seu meio
ambiente.
Que a solidariedade e a lucidez finalmente se faça presente!
Deixo aqui um trecho da Declaração de Ocupação de Wall Street, onde diz o seguinte:
"Unidos como povo, reconhecemos a realidade: que o futuro da raça humana
exige a cooperação de seus membros; que nosso sistema deve proteger
nossos direitos e que, ante a corrupção desse sistema, resta aos
indivíduos a proteção de seus próprios direitos e daqueles de seus
vizinhos; que um governo democrático deriva seu justo poder do povo, mas
as corporações não pedem permissão para extrair riqueza do povo e da
Terra; e que nenhuma democracia real é atingível quando o processo é
determinado pelo poder econômico".
Ou será que esse
sistema ainda tem mais algum gás para ser queimado? Veremos!
E aqui a música We Are The 99%, de Jeremy Gilchrist,
que se torna um hino do movimento de ocupação de Wall Street.
No talk do Painel
Global, no dia 04 de setembro, no post 21, um amigo fez um comentário que fiquei de responder.. Como só
consegui hoje escrever essa resposta e talvez ela não caiba no talk,
resolvi deixá-la aqui no Conversas, até porque faz parte de um
pensamento que venho desenvolvendo em meu blog, sobre Mudanças de Paradigmas.
O comentário do dudu
foi esse:
Olá Sandra, eu acho
que a natureza é um desfile infindável de eventos cíclicos, como
se composta de milhares de engrenagens invisíveis. Nos anos 1930,
físicos teóricos, mais notavelmente Einstein, consideraram a
possibilidade de um modelo cíclico para o universo como uma
alternativa (eterna) para o "Big Bang" Vídeo dedicado ao
Ano Internacional da Astronomia (2009). Cosmologia, Teoria do Big
Bang, a evolução da Ciência. O Universo, para você descobrir.
Aqui minha resposta:
Dudu, concordo contigo
quanto a esse desfile infindável de eventos cíclicos, muitos ainda
nem sequer imaginados por nossas mentes sonhadoras e buscadoras.
A realidade do universo
vai muito além de nossa imaginação e a cada dia, a cada
descoberta, a cada imagem captada isso se confirma.
A criação do universo
é eterna, nada é parado, estático, fixo … Tudo é movimento
constante e dentro de uma ciclicidade que foge a nossa compreensão.
Quando reflito sobre
isso sempre penso em nós, seres humanos, que como parte dessa
engrenagem - afinal vivemos nesse universo - temos tanta dificuldade em
realizar até pequenas mudanças. Emperramos nosso ritmo. Vivemos em
círculo, como um cachorrinho que corre atrás do próprio rabo. O
quanto será que mudaríamos nossas vidas e sociedade se
conseguíssemos entrar de vez nessa engrenagem e não resistíssemos
a pertencer a esse ritmo? Acho que mudaria quase tudo.
Outra questão que
percebo quando olho as imagens do universo é seu desenho espiralado,
o que me leva a entender como esses ciclos são expansivos,
diferentes daqueles ciclos de eterno retorno. Nada na
natureza se repete, assim como nada na vida é igual. Para a expansão
se dar, só quebrarando os círculos viciosos que nos fazem girar,
girar e não sair do lugar.
A humanidade ainda tem
muito que aprender olhando as estrelas. Se dedicássemos mais tempo a
elas, talvez voltássemos ao inocente olhar que impulsionou os homens da nossa pré-história a buscarem outros patamares de conhecimento.
Vou inserir aqui o
vídeo que deixou no Radar sobre cosmologia.
Tentativa de achar Elenin na madrugada de 06 de outubro
Passamos mais um
Setembro e iniciamos a contagem regressiva para o início de 2012.
Lojas já se preparam para o Natal e apesar de parecerem apressados
talvez estejam certos, o ano passou muito rápido e logo 25 de
dezembro de 2011 será passado.
Em setembro vimos mais
um mito meteórico ser aniquilado pela estrela Sol. Pobre Elenin!
Sinto por ele e por não termos podido ver aqui da Terra, mesmo com
equipamentos, as imagens de mais um cometa. Sempre um belo espetáculo
a nos lembrar que também somos navegantes nesse universo
desconhecido.
Segundo dados
divulgados por Leonid Elenin (o descobridor do cometa), em 6 de
outubro houve uma tentativa de localizá-lo, mas não foi possível.
Vários fatores impediram e a sua magnitude está muito maior do que
se imaginava. Esperava-se, no caso dele não ter se desintegrado
quando levou uma lambada solar, que estaria na magnitude 12 sendo
ainda visto com facilidade pelo telescópio que o encontrou. Porém,
ao que tudo indica se algum fragmento resistiu deve estar agora na
magnitude 15. Lembrando que nesse
caso quanto maior a magnitude menor o brilho.
O capítulo atual desta
novela poderia se chamar “Procura-se Elenin”. Mais informações podem ser obtidas
no site do Apolo 11,
onde acompanho cena a cena essa história que andou tirando o sono
de muita gente.
Só quero dizer que não sou a favor da
censura, como já li em comentários a meu respeito, devido as criticas que
faço sobre essas divulgações irresponsáveis. Mas, da mesma forma que sou pela liberdade de expressão sou a favor da
responsabilidade do que se divulga. Agora que todos podem divulgar a vontade o que
querem, deveriam também aprender a se responsabilizar pelas consequências de suas
informações, já que palavras jogadas ao vento acabam criando vida própria.
Aos que se dizem
espiritualistas e falam sem medir as consequências, lembro apenas
que existe uma lei chamada carma e nela o preço da
irresponsabilidade é cobrado. Por isso, os verdadeiros
espiritualistas que conheço e nos quais confio falam o menos possível (com raras exceções
devido a tarefas), pouco aparecem e vivem a
maior parte de seu tempo em trabalho duro, oração e meditação.
O receio que tenho em
casos como esse do Elenin, é que me lembram a história do Joãozinho
mentiroso, que ouvi diversas vezes na minha infância e acredito que muitos a
tenham escutado também pela voz de seus pais e avós.
Relembrando:
“Joãozinho era de um
menino que vivia mentindo. Uma de suas mentiras favoritas, para
chamar a atenção sobre si, era gritar por socorro dizendo que o
lobo o estava pegando. Quando seus familiares ou amigos chegavam apavorados para ajudá-lo, ele
ria dizendo que foi brincadeira ou engano. Um dia ele gritou por
socorro e ninguém se incomodou pensando que mais uma vez, ao final,
teria sido bricadeira, mais uma mentira de Joãozinho. Porém, naquele dia era verdade
e Joãozinho virou comida de lobo”.
É isso. De tantos alertas infundados quando tivermos um real, será que acreditaremos?
Espero que o vírus do medo que veio na calda do cometa Elenin, que rapidamente provocou tantas inquietudes, ao final tenha se transformado em vacina contra futuras estórias que virão para trazer a desinformação e a instabilidade emocional dos terraqueos, impedindo-os de ouvir a voz da razão e principalmente de seus corações.
Que a vacina Elenin, sirva para imunizar pessoas que inocentemente se
deixam contaminar por essas maus contadas estórias que circulam
pela rede e as ensinem a filtrar as informações e acreditar um pouco
mais em seus corações e por que não também na ciência dos homens.
Essa ciência pode ser ainda primária se
comparada com o que podemos alcançar e necessitamos saber, mas é parte de nossas
conquistas. Falível ela é, por ser espelho de nossa civilização, porém, ainda é melhor do que nada e
fruto de muito trabalho de seres inspirados que dedicaram suas vidas
para proporcionar um pouco mais de luz às nossas mentes. Então, algum crédito ela tem que ter. Afinal,
estamos aqui nesses tempos desenvolvendo também nosso cérebro e
mentes.
E se um dia de fato estivermos sendo ameaçados, sejam por fatores externos ou internos da Terra, ou pela própria instabilidade de nossa civilização, se já estivermos sintonizados e alinhados em nossos corpos mental e emocional, nada temeremos, pois saberemos como agir. Como sempre digo é esse o alinhamento pelo qual devemos nos interessar, dos outros tem quem cuide.