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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Todas as cores do céu


Em um final de tarde em 1993, sentia uma dor dilacerante que não entendia de onde vinha. Do alto de minha torre observei o mar, as nuvens, as luzes e cores do céu... Não lembro quanto tempo fiquei assim, sei que quando o tempo e a dor passaram surgiu esse pequeno poema, "Todas as cores do céu".

Ontem, um comentário da Meg no Talk do Painel Global, fez com que eu o tirasse da gaveta. Entre outras coisas Meg disse:

"Na minha simplicidade, mas com muito boa vontade, quero compartilhar as cores da vida e não das visões escuras que permeiam a humanidade".

Que bom ter mais e mais pessoas que optam pelas cores da vida e observam as cores do céu!!!



Todas as cores do céu

Da solidez de minha torre
Vejo a fluidez das nuvens.
Soltas em sua leveza
Caminham com o vento
Entregues a sua natureza.

Carregadas de energia inata,
Livres da gravidade que me prende
Desfilam no silêncio do azul profundo
Declamando a linguagem das luzes.

Todas as cores do céu!
Signos puros … Reais!
Livres... Eternos...
Mutáveis... Nunca iguais.

Vida pulsante arte
Te tornam mais limitada
Que uma folha de papel.

Prisioneiro de mares concretos
Até o poeta pensa que voa,
Mas qual é o voo
Que não é inteiro?

Mundo concreto... Matéria.
Maior que seu peso
Só a dor do atrito
Que me consome
Na ânsia de libertar-me.

Todas as cores do céu!
Quisera poder assim
Ser inteira na vida
O que vive em mim!
                    
                                                          Algum dia de 93 
                                                       Sandra Silva