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sábado, 19 de maio de 2012

Flores são poesias

Só ver e sentir... Nada mais.


Mais um dos poemas em mim.


Passagem

 Para que julgar
o certo,
o errado?

Para que saber
Se estou
Na mão ou contramão
De qualquer coisa chamada vida?

Deixem-me ser.
Apenas,
Ser.

É impossível não pensar?
Mas se o pensar é necessário,
O sentir é imprescindível!

 Quando entro no emaranhado dos conflitos
Minha alma mesmo que se polua
Não se corrompe.
Antes disto me rompe,
Em milhares de pedaços
Espalhados nos limites deste espaço.
Depois, como uma chama os queima,
Deixando-me arder em dor.

 Uma estranha transmutação
Liberando-me para o depois.
Escrito e 1988.


terça-feira, 15 de maio de 2012

Sobre Gratidão

Gratidão é uma luz potente que remove os destroços deixados pelas batalhas que travamos e cicatriza as feridas mais profundas de nossa alma. Gratidão tem um potente poder de Cura!!!

Ela é uma das energias mais transformadoras que podemos possuir.

Energia? Sim. Energia emanada pelo coração, nossa grande e ainda desconhecida usina de força. Como diz na Agni Ioga,  a qualidade do coração é necessária para todas as ações sutis; ele é a ponte entre os mundos.

Diria que se o pensamento tem poder, como muitos dizem acertadamente, é no coração que está a força de propulsão dessas ondas que emanamos através da mente.  O poder do pensamento é apenas uma pequena parte desse processo e  a Terra seria outra se entendêssemos essa força maior, pois é no coração onde se concentra o verdadeiro poder.

Só que para ele ser conquistado é necessário muita transformação e quando somos gratos pela vida e tudo que nos acontece,  entramos nesse processo de cura e transmutação.


Precisamos urgentemente nos reencontrar com a Gratidão.

Sermos gratos pelo ar que respiramos, pela terra que pisamos, pela água que bebemos, pelo riso que recebemos e enviamos, pelo alimento que comemos, pela dor que nos alerta, pela angustia que nos libera, pela perda que nos movimenta...

A cura nesse mundo não chegará sem que antes aprendamos a ser gratos pelo que temos.



Deixo um vídeo que recebi de uma amiga do Blog, onde o Diretor de cinema Louie Schwartzberg, apresenta um trabalho onde fala sobre a Gratidão. Para quem não se lembra, esse é o Diretor de Koyanisquatsi, um clássico dos anos 80. Conhecido também como o pai do high-end cinematografia com lapso de tempo. As imagens são linda e as palavras profundas.

Grata, pela atenção.


segunda-feira, 7 de maio de 2012

Alteração climática: um desmentido mais que conveniente.


Tem muita gente falando que essa história de aquecimento global é lorota, que o clima é assim mesmo, as emissões de carbono na atmosfera não influenciam em nada ou quase nada o clima do planeta, que as alterações são locais e não globais, que tudo não passa de um jogo de interesses e blá, blá, blá.

Sempre me pauto em buscar a verdade, mas até bem pouco tempo esse blá, blá, blá não levava a nada, a não ser embaralhar ainda mais um confuso meio de campo que já não sai do lugar faz um tempão.Tanto de um lado como do outro.

Só que na atual conjuntura este desmentido está servindo e muito bem servido àqueles que procuram aprovar o Novo Código Florestal do jeitinho que ele está. Será também um jogo de interesses?

Diria que no momento é um desmentido nada mais que conveniente; pré aprovação do Código pela Presidenta Dilma e nas véspera de mais uma glamourosa reunião internacional sobre Clima e Meio Ambiente, o Rio + 20.

Fico aqui a perguntar aos meus botões, pois não sei se em outro lugar conseguiria a resposta: Se é tudo lorota e todos esses cientistas que falam em aquecimento Global, alteração do clima, estavam errados? E o que esses outros que estão vindo ago propõe?

Espera aí... É certo, não têm nada a propor, pois o clima segue de forma normal dentro de suas anormalidades. Então, teremos o aval para continuarmos crescendo economicamente e salvar uma economia mundial agonizante,  pois em nada prejudicaremos nosso planeta como os malucos ambientalistas estavam propagando.

Conveniente pensar isso neste momento, não é?

Só que não acredito ter sido uma farsa a discussão sobre mudança climática, como muitos estão querendo agora nos convencer. Em ciência as conclusões são lentas e nem sempre é o que ela diz, mas como  usam o que ela diz, é o que faz a diferença. Os interesses manipulatórios que orquestram opiniões e pensamentos é onde mora o perigo. 

Isso me fez lembrar da tristeza de Santos Dumont, quando viu sua invenção servir para fins de destruição. Em uma carta de despedida dessa vida, ele diz:

"Àqueles que compartilharam comigo a tristeza dessa vida

O que adianta senhores, viver e não interferir na vivência das pessoas? O que adianta passarmos nesta vida como uma flecha, rápida e imperceptível? 

A verdade da vida consiste em fazermos parte, de atuarmos pelo bem do homem, e não como uma triste lembrança de mal agouro, que amarga os sonhos, assim como os ditadores do passado, a fome do presente e o pessimismo do futuro. Viver consiste no dia a dia, e não no amanhã. É atuar descompromissadamente a favor do próximo, pois já dizia o poeta “belo dar ao ser solicitado, porém é mais belo dar sem ser solicitado, por haver apenas compreendido”. 

Senhores, muito sofri. Fui utilizado como joguete, intensificando um panorama caótico e antropofágico. A escravização mental é um de nossos males, o apego ilimitável à materialidade nos corrompe, como a relva exposta ao fogo. Perdemos a noção do que é ético, pois a ética capitalista não preserva a existência da humanidade, ela é em si e por si. É a essência daquilo que de mal temos. 

Onde, digam-me, podemos encontrar um refúgio, um subterfúgio, a fim de nos mantermos invulneráveis daquilo que nos aflinge? No amor. No amor pelo próximo, no amor pela vida, no amor desapegado e sem interesse, pois daqui nada se leva, somente as boas (ou más) lembranças voluptuosas que levaremos para o Jardim do Éden, ou para algum lugar diametralmente oposto, mais profundo e odioso. 

Como sabem, associam minha imagem à daquele instrumento, que, doravante, considero um mero instrumento supérfluo e de utilização sobretudo beligerante. De quanto vale, pergunto-lhes, todo desenvolvimento tecnológico, se o homem não é a medida e o fim dessas coisas? Que ordem é essa que obriga o homem àquilo de mais desprezível e assustador? Se essa exacerbada materialidade nos conduz a um fim nocivo, por que tudo isso tornou-se um vício? 

Senhores, despeço-me de vossas mercês deixando uma mensagem que sirva de ferramenta para, mesmo que minimamente, alterar os seus dia-a-dias e suprimir, a partir do momento em que se tornem conscientizados de tais verdades, a corrupção do mundo: “O homem somente se faz homem na relação com o próximo. O alicerce nas relações é a confiança recíproca. E às vezes somos iludidos pela confiança, mas a desconfiança faz com que sejamos enganados por nós mesmos.

(Alberto Santos Dumont)"

Quem está certo nesse debate sobre o clima eu não sei, mas vejo por trás dessa discussão o verdadeiro problema: nosso sistema consumista. Toda essa propagação de ideias resgatou a discussão ecológica para nossa pauta diária. Isso é muito bom e espero que não retroceda.

Deixo aqui um vídeo que fala muito sobre esse nosso "jeitinho" consumista de ser.

Não há amanhã