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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Vazio

Lendo um certo Bocó, encontrei um poema de Marcelo Ariel, que termina com abismo. Ele me fez lembrar o abismo de um poema de Álvaro de Campos, que um dia me lembrou este poeminha que fiz em um dia dos anos 90, perfeito para hoje.

É. Tudo é poesia.

Uma ponte se parte
e o que unia a razão,
voa no vazio.

O que é real?

Só o pulsar que alterna
o peso e a leveza desse nada.

Tudo se espalha
com os pedaços da ponte,
flutuando no espaço desse abismo.

Não vejo chão,
Nem extremos
Só pedacinhos brilhantes ...
sem sentido...
E sou absorvida por eles!

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