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quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Mais um outubro fica no meu tempo



Nossa!!! Outubro está terminando!! É impressão minha ou a Terra está girando mais rápido? Sei lá. Sei que já vi lojas enfeitadas para o natal. Até há pouco tempo isso acontecia só em dezembro... Não era? Eitá povo apressado!

Bem, independente dessa presa de consumo, fico com a impressão que a rotação da Terra não é a mesma. Ou serei eu a diferente?

O tempo é meu mistério favorito. Ainda não o conheço, muito menos o entendo, talvez porque apenas passe por ele. Cazuza disse que “o tempo não pára”, discordo, nós é que não paramos para vê-lo. O tempo fica ali, quietinho no eterno, canto dele. E ... eu? Sigo sem conseguir carregá-lo.

Na verdade, essa questão do tempo sempre permeou meu pensamento. Quando digo sempre, não é força de expressão. Desde que me entendo por gente penso nele. É. Se filosofia é refletir sobre as coisas que acontecem ao nosso redor, na vida interna ou externa; procurar respostas, ou pior, encontrar as perguntas.... Então, nasci filósofa, assumo. Defeito de fabricação, sem devolução ou conserto. Até tentei arrumar essa parte defeituosa do meu ser na tentativa de me adaptar a "normalidade". Foi em vão, não consegui e desisti.

Mas, seguindo uma linha de conhecimento atual, dizem, que existe um tempo rotacional no qual se baseia esse nosso calendário gregoriano e outro, que é psicológico, marcado por aquilo que esperamos ou vivemos etc. Por exemplo, se esperamos algo com pressa, esse nosso tempo psicológico sente o tempo passar lento. Se estamos na boa, querendo que o tempo demore a passar, ele passa rápido...rs. Que inversão!

Tento entender o que a vida quer me dizer.

Que estou acomodada? Que não queria que algo acabasse? Que estou em uma zona de conforto, apesar de todos os problemas que me cercam? Sim, porque nos acostumamos até com problemas, só para não ter que sair para outros desconhecidos. rs

É isso. A vida está me falando que tem outras histórias a me esperar, parada em um tempo mais a frente. Ai, estabanadamente, me dá um solavanco.

Vai-se assim, mais um dos outubros estranhos na minha vida. Ele acaba, ainda chove e me diz: Siga. A vida não te quer quieta, te quer correnteza, um fluir constante te fazendo percorrer o teu tempo.

Só me resta, então, pedir a ti, Tempo, Tempo, Tempo, Tempo... Que esteja eu em ti nesse meu novo voo, seja ele qual for.

Oração ao Tempo, de Caetano Veloso cantada por Maria Bethânia