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domingo, 26 de fevereiro de 2012

Semeando IV: Bunker Roy e a Universidade dos Pés Descalços


Seguindo esse caminho de semear me chegou Bunker Roy com a Universidade dos Pés Descalços, na Índia. Como poderão ver, apesar das diferenças, a essência dessa história é muito semelhante com a do Homem que Plantava Árvores. Só que as sementes de Roy estão a florescer pessoas e literalmente está levando luz mundo a fora.

Devo confessar que quando li pela primeira vez esse nome, Bunker Roy, lembrei dos mocinhos dos primeiros filmes de Faroeste. Aqueles que disparavam 100 tiros antes de recarregar sua arma de apenas seis balas, conseguiam mirar perfeitamente cavalgando a mais 60Km por hora e apesar de toda poeira que levantavam, suas jaquetas permaneciam impecavelmente limpas.

Diria que Bunker Roy, além de estar longe dos Estados Unidos também está do estereótipo desses mocinhos inventados pelo cinema, porém, as suas façanhas ultrapassam em muito as desses pretensos heróis americanos.

Com pouca munição conseguiu eliminar preconceitos, mudar paradigmas e construir na Índia a Universidade dos Pés Descalços. Seguiu mirando enquanto voava nas asas de seu sonho e ultrapassou as fronteiras do seu país iluminando muitas aldeias africanas. Ao que tudo indica, apesar de toda poeira levantada pelas lutas que enfrenta com as estruturas arcaícas da política, educação e econômia de nossa sociedade, ele continua impecavelmente limpo.

Dentre as muitas lições que nos dá, preciso destacar aqui a valorização do papel das AVÓS nas comunidades mais pobres. Sim, as mulheres com filhos criados já seguindo seus rumos, são protagonistas desse trabalho. Quem sabe se finalmente nesta nova volta que o mundo dá, essas mulheres retomarão o seu merecido lugar de La que sabe? Espero falar sobre elas em uma outra postagem, incluindo a minha experiência nos últimos dois anos em uma secretaria de escola pública.

Vou deixar que o vídeo, com a palestra de Bunker Roy, nos conte como começou uma escola que ensina camponeses e camponesas a serem engenheiros solares, médicos, dentistas, artesãos e agentes transformadores de suas vidas, consequentemente de suas aldeias e de nosso mundo.

Como ele diz :"Não é necessário buscar soluções no Exterior. Procurem soluções no interior. E escutem as pessoas que têm as soluções diante de você. Elas estão em todo mundo. Nem sequer se preocupem. Não ouçam o Banco Mundial, ouçam as pessoas no teu terremo. Elas têm toda a solução do mundo".


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Semeando III: Florindo as cinzas


Acabou o carnaval...Viva! Agora o mundo volta a girar nesse nosso país da fantasia.

Assim, como essa minha quarta-feira não é de cinzas vou falar de flores, perfumes e cores.

http://www.brezzadilago.org/

"Sim, é como a Flor
de Água, ar, luz e calor
O amor precisa para viver
De emoção e de alegria
E tem que regar todo dia". 

A Cor do Som - Sementes do Amor 




Foi a Meg, uma amiga que enviou esse vídeo dizendo que era para ajudar a colorir o Conversas da Vida. Sabe, esse foi um daqueles toques que falei no “Não espere resultados, siga semeando”. Deixei quietinho e a  hora de inserir chegou. Caiu perfeitamente aqui nesse Florir.

Grata, Meg!!! você não tem ideia como me fez bem naquele dia abrir o teu e-mail e assistir a esse belo e alegre vídeo da Cor do Som.

Mas, já que falo em flores tenho que dizer que adoro jasmim!!! Desses que se espalham pelo chão forrando as calçadas e deixando um leve perfume no ar. Afinal, morando em cidades coberta por asfalto e casas cercada de muros, são poucas as opções de flores pelo caminho.

  Tive a sorte de ter jasmineiro por perto em quase todos os lugares onde morei, só nunca tive um em casa. Era minha colheita quando voltava depois da faculdade ou das incansáveis discussões políticas, sociológicas, culturais e aleatória no bar do Bira, ou no Pop, ou no Surf... e tantos outros do Gonzaga ou Boqueirão em volta das faculdades.

Quando inspirada e feliz costumava colocar ao menos uma flor dessa minha colheita nas janelas do térreo do prédio onde morava. Um dia descobriram o mistério dos jasmins na janela, mas acho que a maioria já suspeitava... Vivia colocando eles no cabelo. rs.

Até em São Paulo, na minha primeira experiência de moradia naquela cidade, lá pelos meus vinte anos, na rua tinha também alguns frondosos jasmineiros. Só que era um prédio muito grande e sem apartamentos no térreo onde morava. O jeito foi enfeitar o metrô ali pertinho. Naquele enorme corredor da estação Paraíso era fácil colocar jasmins entre as placas coloridas da parede.

Um ato solitário e despercebido. Nem sei se alguém notava, mas era interessante ver as florzinhas brancas e delicadas brotando daquela arquitetura plastificada.

Na verdade adoro flores de todos os tipos e cores, mas as brancas de certa forma me parecem mais gentis... Margaridas, dálias, copo de leite, lírios aparecem em lugares onde nenhuma outra se atreve estar.

Por isso, não foi a toa que me identifiquei com as histórias da Senhora do ônibus e o solitário Sr. Bouffier. Seria bom florir a vida ao nosso redor, nem que seja em um pedacinho de nosso quintal ou em um cantinho de um coração que encontramos pelo caminho.

 Têm tantas formas simples para fazê-lo. Mas, para muitos o que falo aqui é pura babaquice.. baaaa... Adoro essa florida babaquice de quem ama a Vida inteira, não apenas a própria e não tem vergonha de ser o que é.

"Quero enfeitar com flor
meus cachos despenteados.
Se possível flores que se entregam a mim
feito os brancos jasmins.

Flores que me enfeitem
Lembrando terra faceira,
Linda feiticeira
Alquimista da vida."
 (escrita em algum desses dias de minha vida)




terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Semeando II : O homem que plantava árvores


A Vida é prática. 
 
Essa é uma lição que recebemos das crianças e de pessoas ... Digamos, descomplicadas.

A simplicidade da Senhora que jogava sementes pela janela do ônibus, que inseri em "Não espere resultados, siga semeando", também é encontrada no personagem Elzéard Bouffier, de "O Homem que Plantava Árvores", conto de Jean Giono, escrito em 1980.

Não consegui descobrir se Elzéard Bouffier existiu, mas seria possível que sim, seja na França, cenário onde desenrola a historia, no sertão nordestino ou em qualquer outro canto do planeta onde a vida precisa brotar.

Durante mais de 30 anos, Elzèard Bouffier, viveu para semear uma área dos Alpes franceses. Terra que encontrou árida e aparentemente sem vida.

Todo dia selecionava sementes que delicadamente plantava enquanto caminhava com suas ovelhas. No silêncio seu trabalho era feito pelo simples motivo de ser necessário. Nada mais.

O filme de animação feito com base nesse conto é belíssimo, tanto pela história, quanto pelos traços dos desenhos e narração. Obra rara e pouco divulgada em um mundo que precisa tanto relembrar a beleza humana que está muito além das formas, nas atitudes que transformam e florescem os espaços áridos. 

Como diz o início do texto:

"Para que o caráter de um ser humano revele qualidades verdadeiramente excepcionais, é preciso ter  a chance de refletir sobre suas ações durante longos anos. Se essa ação for desprovida de todo  o egoísmo, se  a razão que a dirige for de uma generosidade sem limites, se  estiver absolutamente certo de que não está à procura de recompensas de forma alguma e, acima de tudo, tem deixado marcas visíveis em todo o mundo, então sem sombra de dúvida se está diante de um caráter  inesquecível".

 e ao final:

 "Quando eu penso que um único homem, confiando apenas em seus próprios recursos físicos e morais, foi capaz de transformar um deserto nesta terra de Canaã, eu estou convencido que a despeito de tudo, a condição humana é verdadeiramente admirável. Mas quando eu levo em conta a constância, a grandeza da alma, e a dedicação desprendida necessária para trazer esta transformação, eu sou tomado de um imenso respeito por este camponês velho e inculto que soube como realizar esta obra digna de Deus.

Essas sementes de Bouffier devolveram vida a um pedaço dos Alpes, existem outras que devolvem vida à pessoas, animais, famílias e sociedades.

Aqui deixo o filme de animação que em 1988 ganhou o Oscar dessa categoria.


 Essa foi a melhor versão que encontrei.


Aqui deixo um trecho do belo conto de Jean Giono
"......

A companhia deste homem trouxe-me uma sensação de paz. Eu perguntei-lhe na manhã seguinte se eu podia ficar e descansar o dia inteiro com ele. Ele achou aquilo perfeitamente natural. Ou, mais exatamente, ele me deu a impressão de que nada podia perturbá-lo. Este descanso não era absolutamente necessário para mim, mas eu fiquei intrigado e queria saber mais a respeito daquele homem. Ele tirou as ovelhas do aprisco e levou-as ao pasto. Antes de partir ele molhou num balde d'água o saquinho que continha os frutos de carvalho que ele tão cuidadosamente havia escolhido e contado. Eu notei que ele carregava como uma espécie de cajado uma barra de ferro de um metro e meio de comprimento e a espessura de seu polegar.

Eu andei como se estivesse passeando, seguindo uma rota paralela a sua. Suas ovelhas pastavam no fundo de um vale. Ele deixou seu rebanho aos cuidados de seu cachorro e subiu até o ponto onde eu estava. Eu fiquei temeroso de que ele viesse para me repreender por indiscrição, mas nao: era sua própria rota e ele me convidou para acompanhá-lo, se eu não tivesse nada melhor para fazer. Ele continuou subindo por duzentos metros.

Tendo chegado ao local destinado, ele começou a cavar a terra com o cajado de ferro, fazendo um buraco onde ele punha um fruto de carvalho, cobrindo o buraco depois. Ele estava plantando carvalhos. Eu lhe perguntei se aquela terra pertencia a ele. Ele disse que não. Ele sabia a quem aquelas terras pertenciam? Ele não sabia. Ele supunha que era terra comunal, ou talvez pertencesse a alguém que não se importava com ela. Ele mesmo não se importava em conhecer quem era o proprietário. Deste modo ele plantou seus cem frutos com todo o cuidado.

Depois do almoço ele começou a separar seus frutos de novo. Eu devo ter insistido o suficiente em minhas perguntas porque ele as respondeu. Há três anos ele plantava árvores deste modo solitário. Ele havia plantado cem mil. Destes cem mil, vinte mil nasceram. Ele contava em perder metade destas para os roedores ou para qualquer outra coisa imprevisível nos desígnios da Providência. Então sobrariam dez mil carvalhos que cresceriam onde antes não havia nada.

Neste momento eu comecei a imaginar qual seria sua idade. Claramente passara dos cinqüenta anos. Cinqüenta e cinco ele, ele me disse. Seu nome era Elzeard Bouffier. Ele tivera uma fazenda nas planícies onde vivera a maior parte de sua vida. Ele perdera seu único filho, e depois sua esposa. Ele retirou-se à solidão, onde ele se comprazia numa vida sossegada, com seu rebanho de ovelhas e seu cachorro. Ele concluíra que aquela terra estava morrendo por falta de árvores e acrescentou que, não tendo nada mais importante para fazer, ele decidira remediar aquela situação.

Levando como eu naquele tempo uma vida solitária a despeito da minha juventude, eu sabia como tratar pessoas solitárias com delicadeza. Ainda assim, eu cometi um erro. Era precisamente a minha juventude que me forçara a imaginar o futuro em meus próprios termos, incluindo uma certa busca por felicidade. Eu disse a ele que em trinta anos aqueles dez mil carvalhos seriam magníficos. Ele me respondeu muito simplesmente que, se Deus lhe desse vida, em trinta anos ele plantaria muito mais árvores do que aqueles dez mil carvalhos, de modo que eles pareceriam uma gota no oceano.

Ele também começara a estudar a propagação de faias e tinha perto de sua casa um viveiro cheio de mudas crescidas. Seus pequenos protegidos, que ele mantinha longe das ovelhas com uma cerca de arame, cresciam belas. Ele também considerara plantar bétulas nos fundos do vale onde, ele me disse, havia umidade a apenas alguns metros debaixo da superfície do solo.

........"

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Semeando I : Não espere resultados, siga semeando.




Em uma recente Conversas com a Vida recebi uma senhora bronca com todos os puxões de orelhas a que tinha direito porque não entendia as mensagens que ela enviava. Fazer o que? Ainda sou analfabeta nessa linguagem simbólica.

Mas, bem que ela poderia facilitar e fazer como o Sol em “A Extraordinária Aventura vivida por Vladimir Maiakóvski no Verão na Datcha”. Ele entrou sala adentro para um chá e conversou cara a cara com o poeta. Ao final chegaram ao mais belo dos acordos que conheço:


“Brilhar para sempre,
brilhar como um farol,
brilhar com brilho eterno,
Gente é pra brilhar
que tudo o mais vá prá o inferno,
este é o meu slogan
e o do sol”.

Só que a vida deve ter agendada mais conversas que o Sol. Com tanta gente reclamando dela não deve ter tempo para chegar assim para um chá, tem que utilizar de outros artifícios para dar seus recados.

Dessa vez o meu recado foi:

“Não espere resultados, siga semeando”

Eita coisa difícillll.. Não foi a tôa que bati tanto a cabeça até entender mais essa. Condicionada que sou por um sistema que utiliza a fórmula metas e resultados para alcançar objetivos, como fazê-lo?  Pedi que ela explicasse melhor, enquanto isso continuei batendo a cabeça no muro das lamentações dos sofrimentos inúteis.

Foi ao terminar de escrever a minha última postagem, “Novamente 2012 e as histórias sem fim de Fim do Mundo” que a ficha caiu. Plin... 

Esclarecendo: quando escrevo não penso muito, apenas deixo fluir o que já está pronto em mim. Por isso ao chegar no ponto final e ler o texto pensei: “Preciso falar mais das possibilidades de um novo mundo e de tanta gente mudando paradigmas e seguindo seus caminhos sem pensar em resultados, apenas fazendo o que tem de ser feito".

Nesse instante entendi a mensagem que a vida tinha dado, estava me prendendo ao esperar o resultado de algumas situações que estou vivendo para poder viver outras. Ufa... Tão simples.

É que somos muito apegados a padrões, pessoas e situações mesmo que ruins, enquanto a Vida é pura correnteza de energia. Quando nos defrontamos com essa correnteza sabemos que em algum momento o mergulho será inevitável. Quando? Sei lá, cada um tem seu tempo e para essa correnteza o tempo não existe. Entrar nela é um processo natural que nos dará a consciência de onde já estávamos.

Pena que somos lerdinhoooos... Ao invés de mergulhar de uma vez ficamos primeiro admirando a correnteza, depois colocando os pezinhos nela, ao mergulhamos resistimos e entramos em conflito entre a força que nos envolve e o medo ancestral da entrega. Os mais raros, diria heroicos que se entregam de pronto a essa força, são levados para onde a vida necessita. Muitos misticos chamavam a isso de loucura Santa.

Mergulhar nessa correnteza é o grande exercício da fé e quem a tem não espera por resultados, segue semeando porque sabe que a vida se encarrega do resto.

Lembrei de duas histórias perfeitas para ilustrar essa ideia do semear. A que postarei aqui foi uma das primeiras mensagens que recebi por e-mail em power-point e tem a definição perfeita desse semear. É da senhora que espalhava sementes na estrada. Linda.... A outra deixarei sozinha em outra postagem com "O homem que plantava árvores".

.
 

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Novamente 2012 e as histórias sem fim de Fim do Mundo.


 
Hoje no café da manhã minha mãe veio com uma surpreendente notícia: “O mar vai invadir Santos em dezembro, passou uma matéria na TV e a L... (uma vizinha) colocou a casa a venda para ir lá para o interior de Santa Catarina”. Bem, não acho o interior de Santa Catarina um bom lugar para quem quer se proteger das águas, ao menos muita água tem caído por lá nos últimos tempos... pensei quietinha: “Até tu, mãe”. Calmamente fui responder a ela: “mãe, não é assim, falo disso há tanto tempo...”, ao que ela me interrompeu e disse: “mas saiu na TV”. Fazer o quê? O que significa minha opinião em comparação ao “saiu da TV”. rsr

Não faço muito o tipo da hiena Harty, mas tenho que dizer: “eu te disse, eu te disse, eu te disse”, porque enquanto via aquele bendito Globo Repórter, comentei com amigos pelo Face que esse programa iria dar problema.

Por que? Em seus 40 minutos conseguiram colocar mais lenha na fogueira, para não usar outra expressão grosseira que caberia melhor aqui. É um tempo muito curto para falar de tantos assuntos polêmicos. Sabe aquele jogo de "mina" que vem em quase todos os computadores? Pois bem, no primeiro click explodiram tudo de uma vez. rs

Seriam necessários muitos programas para exaurir todos os assuntos de forma clara, estruturada, objetiva para  elucidar alguns fatos, como no caso das explosões solares e seus efeitos sobre a Terra. Inclusive, um dos entrevistados disse que o sol influencia nos terremotos terrestres. Isso, até hoje não foi comprovado e é absolutamente especulativo, leviano e sem fundamento algum fazer essa afirmação. Mas, quando alguém a faz em um programa com essa audiência, passa a ser “uma verdade”; saiu na TV.

Sim, saiu e corre aos ventos mais uma demostração da irresponsabilidade de nossa mídia

O problema é que as pessoas têm um encantamento por essas teorias apocalípticas, apesar do medo. É tipo atração fatal, não faz bem, não quer saber, mas ficam antenadas a tudo que diz respeito. AH!!. Não me excluo, só que desde que me entendo por gente aprendi a mergulhar fundo nos assuntos que me envolvem e não ficar na superfície recebendo informações da mesma forma que uma esponja absorve a água.

Percebo que para muitos parece ser uma benção que o mundo simplesmente acabe devido a um decreto divino, um mega terremoto, uma super explosão solar ou qualquer outro evento que elimine seus problemas, suas responsabilidades e suas culpas em um simples Bummmm.

Daria menos trabalho do que  transformar nossas vidas. O mundo que percebemos com nossos corpos aqui encarnados, ao final, é a soma de todas as vidas que estão nesse momento sobre o planeta. Nosso mundo é o reflexo da somatória do que Somos e manifestamos, temos a responsabilidade por nossos atos e nossas escolhas.

O sistema é ruim, injusto, imperfeito? Sim, ele representa a nossa própria imperfeição. Nos ver nesse espelho pode ser insuportável.

Seria bom que toda essa história sem fim de fim do mundo, auxiliasse ao menos na reflexão sobre que mundo queremos, ajudando a transformá-lo através de nossa transformação. Se isso estiver acontecendo teremos de fato o Fim desse Mundo e nascerá outra civilização nesse Planeta, porque seremos outros. Por isso prefiro falar em começo de um Novo mundo.

Consciências despertadas para relações saudáveis e fraternas com o meio, com nosso Ser e com os outros Seres. O que seria a natural evolução.

Como estamos longe da percepção do eterno e mundo algum é para sempre, assim como não o é essa nossa vida, essa conversa se espalha de forma irresponsável, agregando outros problemas aos já existentes. O medo leva a fugas e outras formas destrutivas de luta pela sobrevivência. Como vemos em filmes de catástrofe, a histeria mata mais que os eventos em si. A insegurança, falta de perspectiva, de amor, respeito ao próximo e conhecimento pode agravar problemas já muito sérios em nossa frágil sociedade.

Uma sociedade muito fragilizada, cujos valores que a sustentavam parecem estar desintegrando como se estivesse apodrecendo. Talvez porque já passou o tempo de mudarmos.

Bem, faz tempinho que não escrevo em meu Blog... Falta de tempo, outras tarefas e muita reflexão; mergulhos. Escrever só por escrever não é meu objetivo aqui, nem em qualquer outro lugar. Mas, voltei hoje para comentar sobre esse assunto e deixar uma palestra muito boa de Eckhart Tolle, sobre 2012 e o Fim do Mundo.
 
Essas palestras não são exibidas na TV, não dão audiência, mas são imensamente esclarecedoras. Espero que ajude na reflexão.