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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

No embalo de mais um fim de mundo



Este bem que poderia  ser o último dia de um mundo onde ainda existem guerras, fome, miséria em todas as suas formas, tirania, desamor, intolerância.... Incompetência de uma humanidade em construir uma civilização digna de habitar esse lindo e maravilhoso Planeta Terra.
Se é para desejar, vamos lá:  que o último dia deste  mundo não signifique o último dia de nossas vidas, mas o Primeiro dia de outro mundo. Mais justo, ético, digno, amoroso e inteligente.

Como em um passe de mágica, Plinnnnn!!! Nossos problemas acabariam e sem a participação das organizações Tabajara.

Só que para as transformações acontecerem precisamos mais que querer, precisamos fazer e mudar muito do que está ai. A começar por nossas atitudes. É muito trabalho! Então, é mais fácil deixar tudo por conta dos Maias, já que eles não estão por aqui para reclamar as alterações de seu legado. 

Sim, essa civilização nos deixou muito, mas com certeza não foi o fim do mundo a sua herança. A verdade dos Maias está cifrada em signos que muitos interpretam de acordo com seus desejos mais profundos. Para contatar essa verdade, precisaríamos estar insentos e nos aproximarmos mais de uma união pouco utilizada: Coração e mente.

Porém, já que uma mudança coletiva, independe  de nossa vontade, podemos aproveitar esse embalo de finalização que permeia o astral coletivo para mudar algo em nosso mundo indidivual, algum sentimento ou atitude que está atrapalhando nosso caminho.

Esse é um exercício muito bom e quem sabe conseguimos sair com um saldo positivo de toda essa história. Tenho certeza que ao menos um tantinho do mundo ficará melhor e em consequência o de todos que estão ao nosso redor.

AH! Eu já sei o que pretendo eliminar amanhã.


Deixo aqui um clip que fiz para a música "As forças da Natureza"
Se algo assim acontecer, até vale um fim de Mundo.rsr



quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Vazio

Lendo um certo Bocó, encontrei um poema de Marcelo Ariel, que termina com abismo. Ele me fez lembrar o abismo de um poema de Álvaro de Campos, que um dia me lembrou este poeminha que fiz em um dia dos anos 90, perfeito para hoje.

É. Tudo é poesia.

Uma ponte se parte
e o que unia a razão,
voa no vazio.

O que é real?

Só o pulsar que alterna
o peso e a leveza desse nada.

Tudo se espalha
com os pedaços da ponte,
flutuando no espaço desse abismo.

Não vejo chão,
Nem extremos
Só pedacinhos brilhantes ...
sem sentido...
E sou absorvida por eles!

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Reflexos Fotográficos II

Trafegando pelas paisagens captada por outros olhares vi duas lindas imagens do pôr-do-sol. Por coincidência, uma surgiu após a outra.

Jack Guez / AFP

A primeira imagem, captada em 15 de novembro, publicada em uma matéria sobre o conflito na  Faixa de Gaza.









Autor: Leguth Edson


A segunda surgiu logo após, publicada no faceboock pelo amigo Edson Leguth, em um grupo do qual faço parte, "Coisas de Santos". A foto é do dia 18 de novembro de 2012.













Deveria ser no mínimo latitudes e longitudes diferentes, culturas distintas vivendo seus dias com o sol se pondo em um rastro de luz tão parecido. 

Porém, lá em Gaza conflito declarado, segundo dia de bombardeio... Sirenes.... Mortes... tensão a aumentar expandindo e exaltando ainda mais o ódio e a intolerância. Desde o dia 14 já são mais de 120 mortes, que deve aumentar depois do forte bombardeio de hoje.

Aqui em Santos, São Paulo, Brasil, era domingo de sol de um feriado prolongado, resultando em praias lotadas por pessoas de todo o Estado. Poderia se dizer que por aqui reinava a Paz. 

Acontece que o conflito que vemos em São Paulo não é declarado e agimos naturalmente em meio a violência, porque o problema é sempre do outro até que nos atinja diretamente. 

Essa onda de violência  já resultou em mais de 200 mortes, geradas sem bombardeios teleguiados e televisivos. Podemos dizer que o conflito é totalmente diferente, tanto na razão, história e munição, porém, a situação de “tensão a aumentar expandindo e exaltando ainda mais o ódio e a intolerância, é a mesma”. 

Essa comparação passou por minha cabeça enquanto olhava as duas imagens e meu coração, então, falou: "Como pode diante de tão bela luz não pararmos tudo para contemplar e agradecer ?".

Seja aqui em Santos, lá em Gaza ou qualquer outro lugar desta nossa Nave Terra, se tivéssemos essa rotina em nossas vidas, estes e outros conflitos não seriam escritos no livro de nossa história, porque a sensibilidade despertada por essa contemplação não deixa margem para a destruição.

Olhar o pôr-do-sol é uma prática de muitos anos que me levou ao caminho da meditação e oração.

Deixo um quase poema de 1986, esquecido em uma de minhas gavetas e só agora mergulhada nesses pensamentos me lembrei.

 
Sandra Silva - Santos/SP - Zona Noroeste- ao fundo a Serra do Mar
Hoje, antes que o sol parta para o outro lado do planeta,
Olhe para ele e se possível sorria.
Não importa que esteja escondido atrás de nuvens,
Ou que você esteja em um quarto escuro,
Olhe para ele assim mesmo.

Também estarei olhando e sorrindo.

Então, pense em algo que te encante.

Talvez eu pense na luz das estrelas que logo surgirão,
Ou nas nuvens que as encobrirão,
em alguém... em ti...
Pensarei em algo que amo.
O que me deixará mais sensível,
forte, clara e perto de você
Que também se sentirá como eu....
Mágicos... humanos...

Quem sabe assim unidos,
Prestaremos uma homenagem
ao planeta,
ao sol,
aos reinos,
não sei.

Sei apenas que este instante
será uma declaração de amor a vida,
uma prece
que nos deixará mais conscientes e próximos de Deus.

Dezembro/86

Por falar em Prece deixo esse clip 
The Prayer com Celtic Woman 





segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Reflexos fotográficos - I

Foto Darrel Champlin - Santos/SP - Ponta da Praia
Se conheço outros mundos para dizer que são melhores ou mais bonitos que o nosso, não me lembro. Já tive  sonhos,  flash de lugares distantes que não sei onde é, além de experiências deixando esse corpo. Porém, minha memória real foi construída com as imagens que registro, através destes olhos físicos, ao percorrer os solos pelos quais meus pés caminham e pelas captadas por outros olhares, para que meus olhos trafeguem. Mesmo assim, sem outras comparações, eu afirmo:
QUE PLANETA LINDO E MAGNÍFICA DIMENSÃO  HABITAMOS!!!
Esta nossa vida seria outra SE os seres humanos soubessem apreciar as paisagens e seus detalhes, que vão das nervuras de uma folha às composições de duas muralhas, como desta foto... Uma flutuante a passar toda prosa pelo passado estático de outra muralha, que já foi um dia imponente e importante. Apesar das diferenças, ambas carregam a mesma carga; história.
É, lá vem o SE... Esses "SEs" também fazem viagens, aquelas da imaginação e intenção. Infelizmente os seres humanos, irmãos meus dessa viagem infinita, nesse momento de sua trajetória não sabem olhar, menos ainda contemplar... SE soubessem talvez não tivessem tempo, nem estímulo para realizar tanta destruição contra nossa própria raça e o solo que a abriga. 
Solo da linda nave incandescente Terra que em sua viagem pelo universo aceitou-nos como passageiros.
Passagem rápida com a duração de um instante do tempo cósmico …. Uma colorida e rica experiência que a grande maioria desperdiça.

domingo, 11 de novembro de 2012

Sobre um vírus chamado medo.


“Um vírus chamado Medo”.
(caso a legenda esteja desativada é só apertar o botão vermelho)


 


Depois de ver esse documentário, reforcei ainda mais meus pensamentos sobre o medo e suas consequências em nossa sociedade. Na verdade ele tem sido um tema a me acompanhar desde que me entendo por gente. Não que seja uma pessoa medrosa, ao contrário, para poder seguir apesar de todas as adversidades, aprendi a combater os medos que estavam a minha volta e dentro de mim. Aprendi a vê-lo como um inimigo limitador  a ser combatido, uma doença, um vírus que não me pertencia.

Sou daquele tempo em que o bicho papão pegava mesmo e se não fosse ele poderia ser o homem do saco ou o chinelo de minha mãe, o mais perigoso de todos. Para piorar a história, morei dos três aos sete anos em uma rua que ficava atrás de um cemitério. Rs

Como não tinha televisão em casa e nem nas da vizinhança, a noite o povo gostava de se reunir na rua com as cadeiras na calçada. Enquanto as crianças brincavam, os causos de família eram relatados e quando era de assombração parávamos qualquer brincadeira para ouvir. rs Aquele programa de rádio, “Histórias que povo conta”, veio depois e nem me assombrava mais. Ah!! Nesse período tomei um baita choque elétrico que quase me levou para o outro mundo.  A recomendação era evitar esforço físico enquanto estivesse com a disritmia cárdica. Moral da história, fiquei com medo de correr e de outras brincadeiras que fizessem meu coração bater mais rápido. rsrs Lá sabia eu que é natural o coração acelerar durante uma corrida, mas ali quietinha ele batia sossegadamente. rs Assim, aprendi desde cedo a observar e escutar meu coração e o que estava ao meu redor.

Dos sete anos para frente foram vários os medos de outras origens. No rádio, o Gil Gomes nos remetia ao mundo real de bandidos, sequestradores, terroristas e assassinos. Naquele horário dificilmente tinha uma casa com o rádio desligado. Andando pelas ruas poderíamos escutar de casa em casa os casos que viravam assunto do dia, da semana ou do ano. 

Somando-se a ele havia o Juizado de Menores. Já não morava atrás do cemitério, mas em frente a uma escola e quando terminava o horário noturno só via o pessoal correndo para casa rapidinho, antes que o Juizado passasse na rua. Quanta corrida demos?!!!Kkk... Às vezes ficávamos na rua normalmente, em frente a nossa casa, brincando ou conversando, aí passava um correndo e gritando “Juizado. Juizado...” Num instante, como o Leão da Montanha, era só saída para a esquerda, saída para a direita e rua deserta.

Entrávamos correndo e ficávamos encolhidas, observando através do vitrô entreaberto... Era um alívio quando víamos a rua vazia... Cheguei a ver também as abordagens de policiais armados em nossa esquina. Quando isso acontecia fechávamos correndo a janela e íamos para debaixo do cobertor. Andar sem carteira profissional no bolso era extremamente perigoso, meu pai antes de sair certificava que estava com ela. Não entendia direito o que era aquilo, mas sentia falta das cadeiras nas ruas e conversas com os vizinhos durante a noite.

O tempo foi passando e cheguei na adolescência repleta de sonhos e desejos, que para aquele meu mundo eram de certa forma perigosos. Não pensava em namoro, casamento e filhos como a maioria de minhas amiguinhas. Queria mudar o mundo, queria romper limites que a vida me empunha, queria ter uma profissão. Com onze anos já tinha escolhido o jornalismo. Lembro que sobre isso uma vizinha me disse: “tua máquina de escrever vai ser um tanque” e todo mundo riu. Fiquei muito tempo sem falar com ela. Meu medo naquela época era não conseguir romper os limites que a vida me empunha.

Bem, foi justamente nesse período de adolescente que ia mudar o mundo, que um filme me levou a pensar conscientemente sobre o medo. Hoje percebo o quanto ele me ajudou a quebrar minhas  barreiras. De fato, consciência é tudo!

O filme foi 1984... Era um feriado de 1974, período da tarde, eu sozinha na sala, pois ninguém conseguiu acompanhar e ainda tive que brigar para não mudarem de canal. Depois do filme, quase que hipnotizada me sentei no muro e fiquei olhando a Serra do Mar. O entendimento que tive naquele momento era que o medo controlava nossas vidas e nosso mundo. “Nunca, ninguém poderia saber qual o meu maior medo. Nunca”. Prometi. Intuitivamente, pensei que não poderia deixar o medo me impedir de mudar minha vida.

De lá para cá se passaram alguns aninhos e essa vida foi muito prodigiosa em me testar com relação ao medo e quebra de barreiras.

Hoje, percebo com mais clareza o quanto o medo domina nossas vidas, controla os rumos de nossa sociedade, nos tornando prisioneiros de vontades alheias

Podemos não ter o Grande Irmão, mas temos uma rede muito mais sutil e dominadora.

Para combatê-lo só a ampliação da consciência. Deixar a preguiça de lado e pensar, sentir e ir além do mundo que nos cerca. Isso se faz de várias formas, uma delas é buscar informações e não esquecer de confrontá-las.

Mas, aviso: dá trabalho.




Esse outro é um documentário sobre 1984, 
o melhor que vi até agora. 

sábado, 27 de outubro de 2012

Dos meus pequenos contos - Linhas: As Paralelas

 
Depois de uma conversa com uma amiga, lembrei desse pequeno escrito e resolvi tirá-lo da gaveta. Fazia parte de uma série de continhos que comecei a chamar de Linhas. Essas são as Paralelas... Outras estão enroladas no novelo ou guardadas na gaveta. rs.

Paralelas

1 
Um som absurdo rasgou o ar. Agudo demais para os ouvidos humanos perceberem. A atmosfera depois daquela vibração elevou o tom do pôr do sol e os raios foram cortados por finíssimas faixas horizontais avermelhadas.
O cachorro na varanda latiu como um desesperado para o nada. Depois virou-se perguntando com os olhos o que havia acontecido. Ela também não sabia, apenas sentiu um calafrio muito forte e a sensação de um movimento intenso em outro nível da consciência dela e da Terra. Uma força que não conhecia chegava veloz.
Fechou os olhos. Viu a imagem de uma taça do tamanho do mundo com água muito turva, até a boca. De um ponto de luz, acima da taça, caia uma gota clara produzindo intensas ondas que escorregavam para fora como fortes cachoeiras .
- Pobre Taça! Pensou.
Uma corrente elétrica passou rapidamente por sua coluna. Aquele sentimento de pena abriu portas para uma dor dominá-la. Lágrimas escorreram juntando-se coma as da taça. A dor do planeta, a dor sem sentido, sem juízo invadiu-a até as entranhas e apertou seu coração como se fossem mãos a espremê-lo. “Nada te Turbe! Nada Te espante. Tudo passa”. Focalizou todo o seu ser nas palavras de Tereza e aos poucos abriu os olhos lavados e distantes.
Era noite e as estrelas em seus lugares a enchiam de luz pulsante. O cão olhava para ela com aquele ar de quem ainda espera uma resposta.
- Tudo bem. É só muito trabalho no silêncio dos mundos.
 
                  2

 Aquele barulho infernal do trânsito estava pior naquela tarde . Com a tempestade que despencou a rua encheu e um enorme congestionamento está formado. O céu com o tom vermelho ferrugem desses finais de tarde deixa uma impressão de sujeira no ar.
O carro parece lhe perguntar se terá coragem de jogá-lo no meio daquela confusão. Tinha outro jeito? Após um dia muito duro era hora de ir para casa, mesmo com mais uma batalha à enfrentar: o trânsito. Depois a recompensa... a sua banheira e cama... não... antes comeria algo assistindo o jornal. A última obrigação do dia.
Olhou para o retrovisor, girou a chave e mais um barulho de motor ressoou no ar. Têm dias nos quais as buzinas e motores parecem mais ferozes, entram com tanta força ouvido a dentro que ocupam o lugar dos pensamentos. Os dela já embaralhados se rebelaram naquele momento e giraram feito um tornado em sua cabeça.
Sentiu uma tontura nauseante. Tentou puxar o ar, porém, um peso maior a invadiu. Tudo rodava com sua mente... O mundo lá fora. Fechou os olhos. Viu-se em uma taça do tamanho do mundo, algo caia dentro dela provocando ondas enormes querendo levá-la embora.
- Estou mal. Pensou.
Sentiu um calafrio por todo o corpo. Sua mente mesmo naquele turbilhão continuou dando-lhe certezas, desta vez que finalmente o stress chegava ao limite.
Conseguiu respirar e concentrou sua atenção na banheira espumante e quente a sua espera. Depois de uma boa noite de sono ficaria nova.
- Juro que amanhã marco uma consulta.

3
 
Aquele barulho infernal de todos os dias na hora da saída. Parece até que abriram a porta do curral e desesperados eles correm para fora antes que alguém se arrependa e fechem o portão. Nem precisava do despertador quando dormia a tarde, acordava assustada com aquele som de gralhas que ficava em seu ouvido por um bom tempo... ressoando... ressoando.
O sol logo iria embora. Hora de se arrumar para o encontro de hoje. No espelho o céu aparecia alaranjado deixando o seu corpo com um reflexo dourado. Tentou pensar em uma roupa, mas aquelas malditas gralhas a deixava irritada demais para decidir qualquer coisa. Olhando com atenção o rosto viu que nem a tarde de sono havia eliminado aquela olheira terrível. A maquiagem daria um jeito. De repente lembrou do que a está incomodando, colocou a mão na barriga e sentiu enjoo.
O espelho não denunciava a gravidez, mas aquele som que vinha de fora ecoava em seu ventre. Olhou fixamente a sua imagem e foi tomada pelo horror de ver seu corpo se avolumando, suas pernas inchadas, sua vida invadida. Sua face levada pela alucinação foi lentamente tornando-se flácida e velha. Paralisada, fechou os olhos e viu-se afogando dentro de um mar violento, turvo e imundo.
- Preciso sair daqui. Gritou.
Não conseguiu se movimentar. Vomitou. Os olhos continuaram fechados para evitar que aquele cheiro azedo se misturasse a imagem do espelho. Tentou pensar que poderia ser alarme falso, caso contrário teria que dar um jeito. Sua vida, seus sonhos, dependia daquele corpo.
-Não. Mil vezes não.
Abriu os olhos no quarto estava escuro.
- Talvez seja melhor ficar em casa essa noite. Amanhã resolvo isso.

                                               4
Um som ensurdecedor ecoou por toda a casa. Serviço atrasado, o jeito era fazer tudo ao mesmo tempo. A máquina de lavar com defeito sambava na área de serviço. Na batedeira preparava a massa de um bolo e dava graças aos céus por sua filha passar o aspirador na casa, mesmo que para isso tivesse que aguentar aquele som no último volume. Nem conseguia ouvir a tv ao seu lado!
Naquele horário compensava ficar na cozinha, o único cômodo onde podia ver por uma pequena janela o sol vermelho prestes sumir. Um espetáculo! Momento de permitir soltar a mente, lembrar de poesias, histórias que havia lido no tempo dos sonhos antigos, quando desejou casar, ter filhos, casa decorada e equipada como a que tem hoje. Lembrar deles lhe parecia melhor do que vivê-los. As vezes achava que tinha sonhado tão errado que havia desaprendido a sonhar. Devia ser feliz, conseguiu seu desejo.
Sentiu vontade de chorar essa felicidade. Lágrimas escorreram direto para a massa que girava abaixo de seu rosto, enquanto a massa sonora misturava-se aos seus soluços. Sentiu o coração pulsar tão forte e acelerado que pensou fosse pular para fora e encontrar aquele sol vermelho por inteiro. Fechou os olhos e tudo o que viu foi uma taça do tamanho do mundo, seca.
Respirou fundo, pensou no marido, filhos, futuros filhos de seus filhos e no jantar. Foi abrindo os olhos na velocidade proporcional em que diminuía a velocidade da batedeira... Até desligá-la. Tudo ficou quieto e escuro.
- Um bolo de lágrimas, será que vai encruar?


sábado, 19 de maio de 2012

Flores são poesias

Só ver e sentir... Nada mais.


Mais um dos poemas em mim.


Passagem

 Para que julgar
o certo,
o errado?

Para que saber
Se estou
Na mão ou contramão
De qualquer coisa chamada vida?

Deixem-me ser.
Apenas,
Ser.

É impossível não pensar?
Mas se o pensar é necessário,
O sentir é imprescindível!

 Quando entro no emaranhado dos conflitos
Minha alma mesmo que se polua
Não se corrompe.
Antes disto me rompe,
Em milhares de pedaços
Espalhados nos limites deste espaço.
Depois, como uma chama os queima,
Deixando-me arder em dor.

 Uma estranha transmutação
Liberando-me para o depois.
Escrito e 1988.


terça-feira, 15 de maio de 2012

Sobre Gratidão

Gratidão é uma luz potente que remove os destroços deixados pelas batalhas que travamos e cicatriza as feridas mais profundas de nossa alma. Gratidão tem um potente poder de Cura!!!

Ela é uma das energias mais transformadoras que podemos possuir.

Energia? Sim. Energia emanada pelo coração, nossa grande e ainda desconhecida usina de força. Como diz na Agni Ioga,  a qualidade do coração é necessária para todas as ações sutis; ele é a ponte entre os mundos.

Diria que se o pensamento tem poder, como muitos dizem acertadamente, é no coração que está a força de propulsão dessas ondas que emanamos através da mente.  O poder do pensamento é apenas uma pequena parte desse processo e  a Terra seria outra se entendêssemos essa força maior, pois é no coração onde se concentra o verdadeiro poder.

Só que para ele ser conquistado é necessário muita transformação e quando somos gratos pela vida e tudo que nos acontece,  entramos nesse processo de cura e transmutação.


Precisamos urgentemente nos reencontrar com a Gratidão.

Sermos gratos pelo ar que respiramos, pela terra que pisamos, pela água que bebemos, pelo riso que recebemos e enviamos, pelo alimento que comemos, pela dor que nos alerta, pela angustia que nos libera, pela perda que nos movimenta...

A cura nesse mundo não chegará sem que antes aprendamos a ser gratos pelo que temos.



Deixo um vídeo que recebi de uma amiga do Blog, onde o Diretor de cinema Louie Schwartzberg, apresenta um trabalho onde fala sobre a Gratidão. Para quem não se lembra, esse é o Diretor de Koyanisquatsi, um clássico dos anos 80. Conhecido também como o pai do high-end cinematografia com lapso de tempo. As imagens são linda e as palavras profundas.

Grata, pela atenção.


segunda-feira, 7 de maio de 2012

Alteração climática: um desmentido mais que conveniente.


Tem muita gente falando que essa história de aquecimento global é lorota, que o clima é assim mesmo, as emissões de carbono na atmosfera não influenciam em nada ou quase nada o clima do planeta, que as alterações são locais e não globais, que tudo não passa de um jogo de interesses e blá, blá, blá.

Sempre me pauto em buscar a verdade, mas até bem pouco tempo esse blá, blá, blá não levava a nada, a não ser embaralhar ainda mais um confuso meio de campo que já não sai do lugar faz um tempão.Tanto de um lado como do outro.

Só que na atual conjuntura este desmentido está servindo e muito bem servido àqueles que procuram aprovar o Novo Código Florestal do jeitinho que ele está. Será também um jogo de interesses?

Diria que no momento é um desmentido nada mais que conveniente; pré aprovação do Código pela Presidenta Dilma e nas véspera de mais uma glamourosa reunião internacional sobre Clima e Meio Ambiente, o Rio + 20.

Fico aqui a perguntar aos meus botões, pois não sei se em outro lugar conseguiria a resposta: Se é tudo lorota e todos esses cientistas que falam em aquecimento Global, alteração do clima, estavam errados? E o que esses outros que estão vindo ago propõe?

Espera aí... É certo, não têm nada a propor, pois o clima segue de forma normal dentro de suas anormalidades. Então, teremos o aval para continuarmos crescendo economicamente e salvar uma economia mundial agonizante,  pois em nada prejudicaremos nosso planeta como os malucos ambientalistas estavam propagando.

Conveniente pensar isso neste momento, não é?

Só que não acredito ter sido uma farsa a discussão sobre mudança climática, como muitos estão querendo agora nos convencer. Em ciência as conclusões são lentas e nem sempre é o que ela diz, mas como  usam o que ela diz, é o que faz a diferença. Os interesses manipulatórios que orquestram opiniões e pensamentos é onde mora o perigo. 

Isso me fez lembrar da tristeza de Santos Dumont, quando viu sua invenção servir para fins de destruição. Em uma carta de despedida dessa vida, ele diz:

"Àqueles que compartilharam comigo a tristeza dessa vida

O que adianta senhores, viver e não interferir na vivência das pessoas? O que adianta passarmos nesta vida como uma flecha, rápida e imperceptível? 

A verdade da vida consiste em fazermos parte, de atuarmos pelo bem do homem, e não como uma triste lembrança de mal agouro, que amarga os sonhos, assim como os ditadores do passado, a fome do presente e o pessimismo do futuro. Viver consiste no dia a dia, e não no amanhã. É atuar descompromissadamente a favor do próximo, pois já dizia o poeta “belo dar ao ser solicitado, porém é mais belo dar sem ser solicitado, por haver apenas compreendido”. 

Senhores, muito sofri. Fui utilizado como joguete, intensificando um panorama caótico e antropofágico. A escravização mental é um de nossos males, o apego ilimitável à materialidade nos corrompe, como a relva exposta ao fogo. Perdemos a noção do que é ético, pois a ética capitalista não preserva a existência da humanidade, ela é em si e por si. É a essência daquilo que de mal temos. 

Onde, digam-me, podemos encontrar um refúgio, um subterfúgio, a fim de nos mantermos invulneráveis daquilo que nos aflinge? No amor. No amor pelo próximo, no amor pela vida, no amor desapegado e sem interesse, pois daqui nada se leva, somente as boas (ou más) lembranças voluptuosas que levaremos para o Jardim do Éden, ou para algum lugar diametralmente oposto, mais profundo e odioso. 

Como sabem, associam minha imagem à daquele instrumento, que, doravante, considero um mero instrumento supérfluo e de utilização sobretudo beligerante. De quanto vale, pergunto-lhes, todo desenvolvimento tecnológico, se o homem não é a medida e o fim dessas coisas? Que ordem é essa que obriga o homem àquilo de mais desprezível e assustador? Se essa exacerbada materialidade nos conduz a um fim nocivo, por que tudo isso tornou-se um vício? 

Senhores, despeço-me de vossas mercês deixando uma mensagem que sirva de ferramenta para, mesmo que minimamente, alterar os seus dia-a-dias e suprimir, a partir do momento em que se tornem conscientizados de tais verdades, a corrupção do mundo: “O homem somente se faz homem na relação com o próximo. O alicerce nas relações é a confiança recíproca. E às vezes somos iludidos pela confiança, mas a desconfiança faz com que sejamos enganados por nós mesmos.

(Alberto Santos Dumont)"

Quem está certo nesse debate sobre o clima eu não sei, mas vejo por trás dessa discussão o verdadeiro problema: nosso sistema consumista. Toda essa propagação de ideias resgatou a discussão ecológica para nossa pauta diária. Isso é muito bom e espero que não retroceda.

Deixo aqui um vídeo que fala muito sobre esse nosso "jeitinho" consumista de ser.

Não há amanhã

domingo, 15 de abril de 2012

Quando o medo encobre a razão o efeito é escuridão.


Essa semana a violência nossa de cada dia, voltou a pauta de meus dias. No post Otimismo voluntário tinha falado sobre isso e não imaginei que a semana seguinte seria assim.

Um policial é assassinado em Santos, na Zona Noroeste, e logo após outras mortes acontecem; "julgam-se" fruto de uma reação. Se foi não se sabe, mas no outro dia boataria geral... “Toque de recolher” emitido pela rádio peão. Na escola onde trabalho, do nada, pais que acabaram de trazer os filhos para a escola voltavam para retirá-los. Motivo: Medo. Cada um que encostava no balcão contava uma estória sem fundamento, mas com convicção. Na verdade estavam aterrorizados por boatos e replicavam com sua versão o "diz que disse". Alguns juravam que tínhamos ligado para buscar a criança e não acreditavam quando falávamos que ninguém ligou. Não conseguíamos nem linha para nosso serviço de rotina, eram só pais ligando.

Incrível, como o medo contagia tão velozmente. Já teríamos atingido um alto grau no caminho da evolução se o contagio da paz, da harmonia, da esperança, das atitudes positivas e outros tantos sentimentos construtivos se dessem na mesma proporção! Mas, o vírus do medo é poderoso e na mesma medida  que é rápido ele nos tornam lentos, até levar ao congelamento dos movimentos. Mais que isso, ele encobre de sombras toda a luz da razão.

Como mudar esse clima em um mundo onde a sombra e luz reagem como opostos, sem perceberem que são frutos de um mesmo princípio. Luz cria sombra. Sombra transforma-se em luz. Ela não existe para nos dominar e sim para nos transformar. Até que em algum lugar no tempo infinito só sobre em algo que vai mais além da Luz... Um estado que estamos até longe de conseguir imaginar, quanto mais de nomear.

Porém, neste aqui e agora, essas sombras pouco conhecidas por nós é muito bem estudada por outros. Eles estimulam sua propagação, não nos deixando ver saídas, não deixando frestas... Manipulam nossos medos e nos transformam em reféns de suas vontades. 

Produzem um efeito tal que estas sombras individuais se transformam em uma poderosa sombra coletiva. O contraste  individual  do bem e do mal, do amor e do ódio, do mocinho e do bandido se embaralham em um sentimento coletivo de insegurança e medo.

O medo que enfraquece as resistências e nos priva da lucidez.

Quando somos um ou outro? Quem tem razão nesse jogo de luz e escuridão que cobre nosso mundo? Quando a reação de um é igual ao crime do outro e para trazer a paz se usam as mesmas armas da guerra, o que podemos esperar? A falta da razão e total  Escuridão.

Como lidar com essa sombra coletiva? Vencer essa mídia poderosa é difícil. Vencer esse grande Capital que nutre a insegurança, a violência, as desigualdades e propaga o medo é uma tarefa gigantesca, já que eles mantêm esse poder de manipulação. Mas, tudo é tempo e paciência. Luta e organização. Trazer luz à consciência é uma tarefa. Porém, quem sabe aprendendo a lidar com nossas sombras seja um primeiro passo possível?  Elas todos temos, conhecê-las e deixá-las emergir de forma construtiva, poucos fazem. A maioria as aprisionam, e não percebem como elas reagem através de nossos comportamentos destrutivos e depressivos.

Aprendo que conhecer nossas sombras é uma forma de reconhecer nossa luz. Trabalhar esses sentimentos é encarar nossos medos e seguir com mais confiança para o desenvolvimento de nossos potenciais humanos, o que transforma o mundo a nossa volta.

Pesando nisso, resolvi postar um vídeo que uma amiga enviou e que caberia hoje nessa postagem, "O Efeito Sombra", baseado no livro de Deepak Chopra, Marianne Williamson e Debbie Ford. Confesso que não sou adepta desses livros de auto-ajuda, mas tem muita informação interessante nesse vídeo.

Na verdade, a Sombra é um dos ensinamentos que Carl Jung nos deixou e ultimamente tem sido muito estudado e trabalhado por vários estudiosos.


EFEITO SOMBRA

domingo, 8 de abril de 2012

Semeando V: Escolhas que mudam vidas



Na postagem de ontem “Otimismo Voluntário” contei sobre uma escolha que fiz, ao não deixar meu coração congelar em meio ao sofrimento.

Enquanto escrevia lembrei de um livro que li recentemente: “Escolhas – dirigem seu presente, redigem seu futuro”.

Hoje é Páscoa, dia que celebramos o renascimento, um bom momento para falar sobre esse livro, pois em síntese conta a história de duas pessoas que optaram por renascer. Escolheram Viver e dar Vida.

O livro foi escrito por Marisa Mello Mendes, mãe de 30 filhos e um de seus 27 filhos adotivos, Renato Mello. Ambos, foram vítimas de violência infantil e são exemplos de pessoas que deram novos significados às suas vidas.

Renato Mello é considerado o maior caso de sobrevivência a extrema violência na infância da América Latina. Sua história foi divulgada amplamente pela mídia e hoje atua como palestrante, conselheiro e voluntário da instituição Parábola, ao lado de Marisa.

Como diz Marisa Mello, “Muitas pessoas declaram-se meros atores em um roteiro pré-escrito da vida. Nesta obra Renato Mello lhe motivará a descobrir-se como autor de sua própria história, compartilhado suas escolhas. A emocionante narrativa de sua trajetória de vitórias e superação, após uma infância de violências além da compreensão e resistência humana, lhe dará a perspectiva de que aceitar o possível não é suficiente. Seja encorajado a escolher viver além das expectativas e projeções pessoais! ….”

Ao contar sua história, Renato nos leva a várias reflexões sobre nossas vidas e o mundo no qual vivemos. Em muitos momentos me emocionei profundamente com sua narrativa, sua dor infantil, física e emocional ao não entender o que lhe acontecia. Sua doçura, mesmo em meio a tanto sofrimento me dava vontade de resgatar aquela criança e ao mesmo tempo pensava: "Ele agora está aqui escrevendo, nos tocando, porque lá fora outras crianças estão sendo submetidas a torturas e maus tratos das mais diversas formas".

Ele faz a sua parte se dedicando a um trabalho de resgate e conscientização sobre esse grave problema de nossa sociedade. Fico grata a ele e ao mesmo tempo envergonhada por pouco fazer a respeito. 

Porém, mais Grata ainda, por saber que pessoas como Marisa existem nesse nosso mundo, acolhendo sementes e cuidando dedicada e delicadamente para fazê-las crescer, florir e dar frutos.

Como conta no livro, cada dia é um milagre dando conta de tantas providências, tantos afazeres, tantas despesas, tantas histórias. Diria que é um milagre movido pelo amor, essa energia cuja vitória lembramos no dia de hoje. Um amor tão incondicional que tudo vence, até a morte. Um amor que nos permite renascer.

Renato e Marisa, meus queridos semeadores de luz. Minha Gratidão.

Deixo um vídeo com entrevista deles em um Programa de TV.

sábado, 7 de abril de 2012

Otimismo voluntário


Vivemos em uma sociedade doente e a violência é uma de suas manifestações. Não falo apenas da violência que agride o físico, mas de todas as suas formas de agreções a vida. 

Trabalhei em lugares onde vi e convivi com o resultado dessa doença social que afeta a cada um de nós e, em última instância, tem afastado muitos Seres de sua humanidade. 

Não precisaria trabalhar em presídios e manicômios para conhecer essa verdade, pois ela está a nossa volta. Mas quis a Vida me dar essa oportunidade de estar frente a frente com o que temos para lá do fundo do poço. Sei que depois dessa experiência me tornei uma pessoa  mais grata, mais humana e otimista. 

Diria que conviver com as dores alheias pode nos aproximar do coração e ele alarga nossa visão, nosso mundo e por vezes a nossa percepção. Também pode ocorrer o contrário, quando optamos por congelar o coração para conseguir lidar com essas situações. Sempre falaram que eu era uma manteiga derretida, então, essa opção de congelamento não daria certo em mim nem que eu quisesse.

Diria que individualmente passamos por várias situações difíceis na vida e as vezes o coração aperta a ponto de parecer que vai explodir, feito aquelas bolas de gás das festas de aniversário. É que falta espaço? Nessas horas não adianta muito apelar para a razão, porque tudo na mente se confunde na mistura descontrolada dos pensamentos que surgem de lugares inimagináveis de nosso ser... E quem sabe de outros. 
 
Muito da violência que encontramos hoje é fruto dessa inabilidade de lidar com essas dores ou mesmo a sua negação. A inabilidade de lidar com o que vai ao coração, pois é lá que o extrato dessa dor se aloja para ser transformado.
 
Estou refletindo sobre isso porque sinto um avanço dessa violência  e de um pessimismo a um nível mais generalizado, atingindo até movimentos que lutam a favor da vida. Essa violência pode se dar de várias maneiras e algumas até sutis, mas que corrompe princípios quando em nome da justiça se comete injustiças, usando-se as mesmas armas daqueles que criticamos.

Esses dias fiquei angustiada com essa sensação e pedi auxílio para entender o que acontece e como agir. Como sempre faço, peço e deixo quieto para que possa ver a resposta que a Vida vai enviar.

Não demorou muito e abri “equivocadamente” um link que me levou ao colo dA Mãe (Mira Alfassa) e no momento que li o texto abaixo soube que era a resposta que havia pedido.

“O pessimista e o Otimista”. 

"A meu ver, o estado ideal é aquele em que, constantemente consciente de Tua Consciência, sabemos a cada instante, espontaneamente, sem qualquer reflexão necessária, o que deve ser feito exatamente para melhor expressar Tua lei.
Este estado, eu o conheço, porque me encontrei nele em certos momentos, porém, muitas vezes, o conhecimento do “como” é velado por uma bruma de ignorância, e devemos apelar para a reflexão, que não é sempre uma boa conselheira, sem falar em tudo o que devemos fazer a cada minuto, sem ter tempo para refletir, ao sabor da inspiração do momento. Até onde é ela de acordo ou contrária à Tua lei? Depende do estado do subconsciente, do que está ativo nele naquele momento.
Uma vez o ato cumprido, se tiver qualquer importância, se pudermos olhá-lo, analisá-lo, compreendê-lo, ele serve de lição, permite tomar consciência do motivo da ação, e portanto de qualquer coisa neste subconsciente que ainda governe e deva ser controlado.
É impossível que em toda ação terrestre não haja um lado bom e um lado mau. Mesmo as ações que expressam melhor a lei do Amor, a mais divina, contêm em si qualquer coisa da desordem e da sobra inerentes ao mundo tal como ele é atualmente. Certos seres, aqueles que chamamos de pessimistas, percebem quase exclusivamente o lado sombrio de todas as coisas.
Os otimistas, ao contrário, não vêem senão o lado de beleza e de harmonia. E se é ridículo e ignorante ser um otimista involuntário, não será uma feliz conquista se tornar um otimista voluntário? Aos olhos dos pessimistas, o que quer que façamos será sempre mau, ignorante ou egoísta; como fazer para satisfazê-los? É uma tarefa impossível.
Há apenas um recurso: unir-se tão perfeitamente quanto possível à luz mais elevada e mais pura que possamos conceber, identificar, também, tão completamente quanto possível, sua consciência com a Consciência absoluta, esforçar-se para receber dela apenas todas as inspirações, para melhor favorecer sua manifestação sobre a terra, e, confiante em seu poder, considerar os eventos com serenidade.
Desde que tudo está misturado inevitavelmente na manifestação atual, o mais sábio é fazer o melhor, esforçando-se em direção a uma luz sempre mais elevada e resignar-se com o fato de que absoluta perfeição é, no momento, irrealizável.
Com que ardor, no entanto, é preciso aspirar sempre por essa perfeição inacessível.".
Extraído do livro Preces e Meditações – A Mãe- Ed. Shakti

Então, continuo com meu otimismo, 
agora voluntário,
 fazendo o melhor que posso e
aspirando ardentemente a Luz e a Paz, 
  Porque eu quero é 
Ser Felizes Agora
Como diz a música de Oswaldo Montenegro.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Nessa sexta-feira Santa deixo Gandhi falar: "Em Deus"




Para essa sexta-feira Santa, pensei em deixar uma oração, um poema, ou escrever algo que lembrasse a fé, o amor, a esperança, a força e a luz desse grande Mestre da humanidade, Jesus. 
Ele deve estar lá longe em sua evolução, mas com certeza aqui pertinho de nós em seu amor.

Porém, resolvi deixar Gandhi falar sobre tudo isso.
Afinal, é um Ser que como poucos expressou em sua Vida ações e atitudes, 
como as que encontramos nas lições deixadas por Jesus.
 Um Ser que não se intimidou, brigou por sua nação,  revolucionou a forma de revolucionar,
 exerceu a ética e a paz como poucos.
Tudo com um amor incondicional em sua procura pela Verdade e pela Luz.




Durante sua estadia na Inglaterra em 1931, a Columbia Gramophone Company pediu a Gandhi para realizar uma gravação de sua voz. Gandhi afirmou sua inabilidade ao falar sobre política, e que com seus 62 anos, ele talvez fizesse sua primeira e última gravação, e que esta seria o veículo para carregar sua mensagem pelos anos vindouros. Gandhi leu um de seus artigos On God.
 Caso não apareça a legenda click em cc

sábado, 31 de março de 2012

Na Hora do Planeta lembre-se: Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.


Novamente a Hora do Planeta.... 20h30 às 21h30 apagamos as luzes de nossas casas, monumentos, etc … Ai, ai, ai.... Sou do tempo que se cantava “Quem sabe faz a hora não espera acontecer”.

A Hora do Planeta é um ato simbólico promovido pela Rede WWF no qual governos, empresas e a população demonstram a sua "grande" preocupação com o aquecimento global, desligando as luzes durante esses sessenta minutos. Um momento para refletir sobre nosso estilo de vida e blá, blá, blá.

Fico a perguntar, de quantas horas precisaremos para mudar essa nossa relação? Será que temos tantos anos assim, para mais uma hora, outra hora... Oras bolas. Quem quer muda agora suas atitudes. Não espera.

Confesso que estou ficando sem paciência para esse tipo de ação e para acompanhar os inúmeros eventos internacionais para discutir tratados, planejamentos, acordos e na prática pouco tem sido feito. Ao contrário, no Brasil está para ser votado um Novo Código Florestal que vai nos levar a um grande retrocesso.

Porém, as luzes do Senado se apagarão... Vamos apagar as luzes do Cristo Redendor, ao todo serão mais de 546 monumentos, sem falar de prédios comerciais, empresas etc... Ato de fato simbólico porque, infelizmente, não mudará em nada nossa absurda realidade.

Mas gerará imagens. Vivemos ou não em um mundo de imagens, recortes e contradições? Uma ficção. Governos, empresas, pessoas muito preocupadas com essa questão vão produzir vídeos promocionais demostrando que ficaram no escuro... Quem sabe ganharão créditos na consciência!!!

Escuridão... Talvez esteja ai o símbolo real desse ato, pois é onde estamos. Que estranho! A cultura que emergiu com a energia elétrica é sem duvida a mais cega de todas. Deixou a razão às escuras para questões tão obvias como essa: somos dependentes da Terra e não ao contrário.

Mudou nossa relação com o planeta nos dando por um curto espaço de tempo, um pouco mais de uma hora, a estupidez necessária para causar sérios danos a ele. Um mundo cujas regras gira em torno do consumo desenfreado e desnecessário de matéria e mais matéria, extraída dessa Terra. Para as coisas a partir dessa matéria interferimos na atmosfera... Para descartá-la descarregamos me nossas águas. Abalamos um perfeito equilíbrio devido nosso desiquilíbrio ético. Mas, a Terra se regenerá. ;) Ela tem seus ciclos e processará sua cura independente desse elemento virolento que a habita. No fundo é o que somos para esse corpo que nos hospeda.

Mas, hoje vamos dar 60 minutos para pensarmos no Planeta.

Continuarei nessa hora a pedir o que peço a cada momento:

Perdão a nossa Terra por não escutarmos seus apelos e 

continuarmos navegando nesse mar de arrogância e estupidez.

Luz às mentes e corações humanos. 
Que essa luz penetre nossas células e
 nos leve a realizar mudanças necessárias em nossas vidas.






sexta-feira, 23 de março de 2012

Padre Pio de Pietrelcina

Estava guardando para um momento apropriado o  vídeo contando a história da vida de Padre Pio.

Senti que o momento é esse. Por que? Nem pergunto mais essas coisas. Talvez nesse momento necessitamos conhecer a sua história, a sua fé, a sua coragem... O seu amor. 

O filme conta sua história, de pequenino até sua morte em 1968. Fala de suas angustias, perseguições, da criação dos grupos de oração ao redor do planeta, de suas curas, de sua fé, da construção do hospital... Enfim, é bom conhecer um pouco esse ser que esteve recentemente no mesmo plano que habitamos.
Assim, não falarei muito sobre ele, porém, preciso dizer que a partir do momento que o conheci, tenho estado com ele de várias formas. Se penso logo existo! Se existo busco e está presente.

São tantos os mestres de ensinamento vivo que caminharam sobre este Planeta!!! Alguns se fizeram conhecidos e ainda o são. Outros se perderam nos registros do tempo, mas nem por isso deixaram de ser e estar. Outros, a maioria, ficaram quietinhos em seu anonimato para poderem melhor trabalhar suas tarefas. 

Padre Pio, assim queria: ficar em sua cela, rezar suas missas, testemunhar as confissões, contemplar a vida, os céus e seus amados Jesus e Maria... Mas, sua tarefa era maior e seu ego não pode contê-la.

Independente de religião, Padre Pio é um exemplo das possibilidades humanas. As mesmas que temos em nós e insistimos em não ver. É mais prático permanecer como estamos, mudar dá muito trabalho. Reclamar e pedir por milagres feitos por outros é muito mais fácil, mas nossa tarefa é evoluir.... E quanto pouco evoluimos enquanto humanos, exatamente por esperar que outros o façam por nós.

Falo de evolução em nossa matéria e não na matéria que nos cerca. Só quando conseguirmos mudar nossos seres conseguiremos mudar nossa sociedade e a relação com nossos irmãos dos outros reinos. Esse seria o verdadeiro sentido da palavra Progresso. Mas, para isso precisamos mudar nossos quereres.

Os chamados Santos, não importa de que credo, mostraram que através da fé  conseguiam superar seus medos, suas limitações, seu tempo, abrindo canais na matéria para trazer em si essas novas possibilidades... Que muitos chamam de milagre. Nome para explicar aquilo que ainda não entendiam, mas que estamos a cada dia mais próximos de conhecer. Como dizia A Mãe, a possibilidade está Ai.

Padre Pio, mesmo com todos os tormentos, todas as calunias e perseguições de sua igreja, nunca deixou de prestar auxílio a quem o procurava em seu convento e ao redor do mundo, mesmo sem nunca ter saído de  San Giovanni Rotondo, onde chegou em 1918.

Ele foi e continua sendo um grande instrutor dessa humanidade, conhecido agora em outros planos pelo nome de Muriel.