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sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Descomplique-se - 1


Se alguém viesse me perguntar qual a melhor receita para manter uma boa Qualidade de Vida, eu diria: DESCOMPLIQUE-SE.
Como fazer isso? AH, ai é com você. Cada um sabe onde aperta o seu calo. Cada um tem dentro de si as respostas necessárias para essa pergunta. Sabemos muito bem o que complicamos, ou seja, onde rebuscamos mais nossa vida; o difícil é ser honesto na frente do espelho. São desculpas agregando-se em desculpas. Problemas respondendo o problema. Dificuldades valorizando a dificuldade. Desejos criando desejos. Supérfluos grudando-se ao necessário.

Rebuscamos nossa vida, como se isso a valoriza-se e de repente, nos dá um repente e percebemos que tem algo errado. Parece que a vida não flui, nem dentro e nem fora de nós. Muitos até desconhecem que existe um dentro de nós, além dos órgãos do corpo. Deve ser por isso, que são eles a nos dar os primeiros sinais de alarme.

São artérias entupindo, estomago se ferindo, o coração se partindo, os rins apedrejando, a memória apagando, os nervos revoltando, a coluna entortando, e apesar do saco cheio o que existe é um sentimento de vazio. Ai se procura mais e mais coisas para encher esse vazio. Um ciclo que parece só ter fim quando o corpo grita: “Chega. Me deixa em paz, eu não agüento mais”.

Descomplique-se antes que isso aconteça.

Veja o exemplo de uma superfície lisa e outra cheia de entalhamentos e rococós. Qual é mais fácil limpar? Em qual a água flui fácil e o paninho de pó passa sem dificuldades retirando a sujeira? Em qual é mais fácil ver nossa imagem sem distorção?

É difícil? Sei que estou tentando. Como disse o poeta Walter Franco:


Tudo é uma questão de manter
A mente quieta,
A espinha ereta,
E o coração tranqüilo.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Sobre "Adeus Mundo Velho, Feliz Mundo Novo"



Adeus Mundo Velho, Feliz Mundo Novo não é um livro de auto-ajuda, desses que dão as fórmulas para enfrentar melhor a vida atribulada desse mundo pós-moderno. Não, não é mesmo. Ele é mais profundo, porque vai além do que está escrito. Digo até que poderia ter o título “Construindo a Sabedoria”.

Estou exagerando? Mais uma vez digo que não, e explico.

Nesse mundo da informação sabemos de muitas coisas, mas conhecemos poucas e aplicamos menos ainda. O que aprendemos na prática é viver na superficialidade da vida. Sempre me pergunto: “do que adiantam tantas informações se não conseguimos transformá-las em conhecimentos? Se não conseguimos construir-nos através delas?”.

O Moysés, de um jeito simples e prático, coisa de jornalista que conhece o ofício da escrita, utilizou o velho recurso do exemplo para construir sua mensagem.

É ai que vejo a sabedoria em Adeus Mundo Velho, Feliz mundo Novo. Essa narrativa não teve por base apenas informações retiradas de livros e apostilas, mas sua principal fonte foram os personagens reais que passaram pelo caminho do autor; fonte de sua aprendizagem.

Essa construção não se deu de forma premeditada, mas através de sua vivência, observações e transformações que o levaram, de forma intensa, a procura de conhecimentos cada vez mais profundos. Isso em meu modo de ver é a construção da Sabedoria, do saber. Lembrando que a verdadeira transformação do Ser acontece na simplicidade da vida. É através das ocorrências diárias, que a Vida nos dá, que temos a oportunidade de conquistar a Sabedoria. A vida é nosso templo.

No livro ele cede um pouquinho dessa história, de sua busca, misturada com a de outros. Aprendizagem pura e genuína. Sei que esse caminho do Moysés é mais largo, muitas histórias ainda estão para serem contadas por ele. Agora, espero pelas outras.





Adeus Mundo Velho, Feliz Mundo Novo
Moysés Fernandes
Editora Aoipa

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Declare-se VIVO


Pode parecer estranho alguém se declarar Vivo. Mas não é, se pensarmos que a Vida é muito mais do que simplesmente estar respirando.

A vida é algo ainda inimaginável para a quase totalidade dos Seres Humanos da superfície da Terra, limitados a tantas convenções, esquemas, matéria... A vida não é rotina e nem limitada. A vida é uma imensa fonte que jorra água cristalina de forma intensa. Como pode então, existir verdadeira vida na monotonia, na aspereza e crueldade do desamor e egoísmo? Como?

Não. Não estou dizendo que para viver a vida verdadeira temos que ficar jogando tudo para o alto, sermos inconstante, negligentes ou coisas do tipo. Quem faz isso, também está com medo da Vida.

A Vida é uma integração plena e consciência atuante, então, tem uma responsabilidade verdadeira com todos, porque a energia de amor que flui da Vida não é limitante; regenera, integra e movimenta o Ser em uma espiral ascendente.

Por isso me Declaro Viva. Quero deixar a Vida viver em mim.

Veja esse vídeo com o texto de Índio Quechua – Luis (Chamalú) Espinosa
Declaro-me Vivo

domingo, 9 de agosto de 2009

Sorria! Um ótimo remédio contra a baixa imunidade.

Agora é a vez da Gripe Suína, ou, A H1N1. O que tenho visto é um verdadeiro terrorismo em cima dessa questão.

Nos últimos anos tenho trabalhado com assuntos relacionados a Qualidade de Vida, ai fico pensando nessa Gripe e no estado de espírito que está sendo criado com o tipo de divulgação feita sobre ela.

Ela é séria, sobre isso não discuto, todos os cuidados devem ser tomados devido aos fatos que já sabemos e não vou ficar aqui repetindo.

Porém, também sei que um dos fatores que leva a baixar a imunidade do organismo é o estresse, o desânimo, o medo, a tristeza e a insegurança. Tudo isso é o que tenho visto se formando nos últimos dias com relação a essa gripe. Se juntarmos a isso o estado que nós brasileiros, naturalmente ficamos diante de um inverno chuvoso como esse, teremos um prato cheio para que nossa imunidade seja abalada.

Então, devemos sim, manter janelas abertas permitindo a ventilação em ambientes; lavar sempre as mãos e passar álcool gel, se o acharmos e pudermos comprar; bloquear a propagação dessas gotículas provenientes de espirros ou tosses, fazendo barreiras com lenços (de pano ou papel), no caso de estarmos gripados ou resfriados; manter a higiene adequada dos ambientes; evitar aglomerações etc. Ou seja, atos que deveriam fazer parte de nossa educação desde sempre.

Porém, devemos também, como fator de proteção, impedir o pânico, o estresse, o desânimo, o medo, a tristeza e a incerteza. Fatores que não são adquiridos através de vírus ou bactéria, mas que se nos contagiam, preparam uma caminha confortável para que essas e outras doenças se instalem.

Por isso, junto com a vitamina C tome um chá de ânimo e não de pânico. Assista bons filmes cômicos, programe um "chá" com alguns amigos e falem de coisas alegres e agradáveis, leia um livro legal que já está a um tempo esperando por você, brinque com crianças... Sei lá... São tantas coisas que podemos fazer! Cada um tem sua receita para esse chá. Ache a sua e não deixe esse terrorismo te pegar. Previna-se contra a gripe e contra a depressão. Proteja-se contra o baixo astral. Sorria.

Mesmo assim, se chegar a pegar a gripe, tenha certeza que seu organismo estará mais fortalecido e passará pelo teste, ficando imune a outro ataque.

Vou lembrar aqui umas palavras da Mãe, já falei sobre ela na postagem anterior. Ela diz assim:

“Aprende a sorrir sempre e em todas as circunstâncias; sorrir de tuas tristezas, bem como de tuas alegrias, de teus sofrimentos, bem como de tuas esperanças, porque no sorriso há um poder soberano de autodomínio”.
Aqui vai também um link que recomendo, o boletim de agosto do DoceLimão. Ele trás um vídeo muito interessante, “Operação Pandemia”; um slide explicativo sobre a gripe, um dos melhores que vi no meio de todos esses que circulam por ai; e outras informações úteis sobre a tal suina. AH! Depois dê uma olhada no site do Doce limão, têm muita coisa legal sobre saúde.

Por fim, abaixo tem um vídeo que mostra como o riso pode ser contagiante. Esse é um bom contágio.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Lembrando A Mãe (Mira Alfassa) - Paz, paz sobre a terra


Um dia fui apresentada à Mãe, Mira Alfassa, através de suas obras e nunca mais a deixei.

Viveu por 95 anos, de 1878 à 1973. Deu continuidade ao trabalho de Sri Aurobindo, em Pondicherry, Índia.

Ela nunca acreditou no Deus convencional das religiões ; o Deus interno era o que ela procurava.


Em seus últimos anos , vivenciou e descreveu processos de transformação do corpo físico, descobrindo e experienciando a Consciência Celular e sua abertura e permeação pela consciência mais alta, assim desbravando um caminho para a supramentalização integral do ser .

Toda sua obra é atual, no livros preces e orações encontros trechos que parecem terem sido escrito para hoje.

Não diria que A Mãe estava além do seu tempo, ela vivia o tempo, nós é que ainda não escontramos essa sintonia com o eterno.

Como ela disse: 

"Eu não pertenço à nação alguma, à civilização alguma, à sociedade alguma, à raça alguma, mas ao Divino.

Eu não obedeço à Mestre algum, à soberano algum, à lei alguma, à convenção social alguma, mas ao Divino.

A Ele eu entreguei tudo, a vontade, a vida, o eu; para Ele estou pronta a dar todo o meu sangue, gota por gota, se essa for Sua vontade, com uma alegria total; e a Seu serviço nada poderia ser um sacrifício, pois tudo é perfeita felicidade".
 
Deixo uma de suas orações e o vídeo que fiz com ela.


Paz, paz sobre a terra...

Não a paz de um inconsciente ou de uma inércia auto-satisfeita; não a paz de uma ignorância que não se reconhece e de uma indiferença obscura e pesada; mas a paz da força todo poderosa, paz de uma comunhão perfeita, a paz do despertar integral, do desaparecimento de todo limite e de toda sombra...

Por que se atormentar e sofrer, por que esta luta áspera e esta revolta dolorosa, por que esta violência vã; por que este sono inconsciente e pesado? Despertem sem temor, apazigúem seus conflitos, imponham silêncio a suas disputas, abram seus olhos, seus corações; a Força está aí; ela está aí divinamente pura, luminosa, possante; ela está aí como um amor sem limite, como um poder soberano, como uma realidade sem discussão; como uma paz sem mistura, como uma beatitude sem interrupção, como a Bênção Suprema; ela é a própria existência, as felicidades sem limites do conhecimento infinito... e ela é alguma coisa a mais que ainda não pode ser dita mas que já está agindo nos mundos superiores além do pensamento, como o poder de transfiguração soberana, e também nas profundezas da matéria como a Irresistível Força de Cura.

Escuta, escuta, ó tu que queres saber.

Olha, tu que queres ver, contempla e vive:


A Força está aí.


(A Mãe, Preces e Meditações, p.236)

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Poemas em mim - Fractais


Fractais

O tempo passa partido,
e dígitos rompem estruturas analógicas
deixando tudo mais fragmentado.
Menos visível!

Só que ainda preciso de minutos inteiros...
...Não. Menos que isso,
Instantes totais,
onde possa escutar o som
que brota dentro de meu ser
e teimosamente se recusa
a partir para o passado
ou surgir em algum amanhã.

Em que possa ver os fractais
desse caleidoscópio se unindo,
resgatando a certeza de que tudo é um.
Imagens perdidas na confusão
da velocidade com que se formam
E me transformam.

Um instante inteiro, puro
Em que não passe apenas pela vida,
mas sinta a vida que passa em mim.

Ano, 96. Hoje essa sensação está muito forte, por isso vou deixá-lo aqui.


segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Do carvalho ao bambu


Esses dias, conversando com um amigo lembrei-me do Poema de Hemann Hesse “Carvalho Podado” e fiquei de enviar-lhe por e-mail, porém, resolvi postar aqui, compartilhando uma reflexão.

O poema

Como te cortaram, ó árvore,
Como estás estranha e singular!
Quantas mil vezes sofreste,
Até ficares só teimosia e vontade!
Sou como tu, não me aniquila
A vida podada e torturada,
E diariamente do barbarismo sofrido
Meu rosto se banha na luz,
O que em mim era doce e terno
Morreu no escárnio do mundo,
Mas indestrutível é o meu ser,
Estou contente, reconciliado,
Pacientemente produzo novas folhas
Em galhos cem vezes lascados,
E desafiando toda dor, continuo
Apaixonado por esse mundo louco.


Depois que o li pela primeira vez, ficou como um exemplo para minha vida e me remetia a ele quando a dor era muita.

Nessa conversa, com esse amigo, ele fez uma observação sobre o bambu, como um melhor exemplo do reino vegetal, comparando as atitudes a serem tomadas pelos Seres Humanos.

Hoje, reli os dois, o poema e as sete verdades do bambu e voei alto, como acontece quando algo me toca profundamente.

Lembrei-me de pessoas, incluindo eu, e visualizei as transformações que passamos no decorrer desse tempo, tendo por base esses dois exemplos.

A maioria é ou era como o carvalho, em várias fases de aprendizagem. Alguns que apenas se quebravam, ou quando eram podados, demoravam em se recompor. Muitos, sem forças, morreram para a vida e outros que literalmente se foram. Têm aqueles, que apesar da demora, foram aprendendo a renascer, reconciliando-se, entendendo os ciclos, desafiando a dor e repetindo os ciclos... repetindo... repetindo... e ainda repetem.

Alguns, que nessa repetição foram permeados pela paixão por esse mundo louco... E só ai, depois que essa paixão virou amor é que aconteceu para outros a transmutação. Deixaram o aprendizado do carvalho e começaram o do bambu.

Tentei lembrar de pessoas que em sua trajetória não tivesse sido carvalho, e foram muito poucas. Essas que consegui colocar nessa categoria foram as mais simples, sem grandes ambições.

É!!! Viajei, mas o espaço aqui é curto e acho que ainda teria muito o que comparar, mas fico na certeza que na vida temos duas escolhas, podemos fazer o caminho longo ou o caminho breve. Seria bom se pudéssemos ir logo para a lição do bambu, porém, é difícil deixar de ser frondoso e imponente. Ao menos nos resta o fato que tudo faz parte de uma evolução que é eterna. Uma boa desculpa.