Hoje, tenho mais um motivo para ver 08 de Março como o Dia Internacional da Mulher, foi o mesmo dia do assassinato da filosofa Hipátia de Alexandria... Dia em que foi arrastada pela rua por uma massa de cristãos manipulados e enfurecidos, levada a uma igreja, onde teve seu corpo dilacerado e lançado a uma fogueira.
O ano era 415 DC.
O motivo: ser Mulher, ser filosofa, matemática, astrônoma, médica, poetiza, mestre em oratória e retórica. Ter desenvolvido alguns instrumentos para estudo de física e astronomia, entre eles o hidrômetro. Ter conquistado aos 30 anos a Direção da Academia de Alexandria e se negar ao casamento, pois segundo ela havia se casada com a Verdade... A sua grande busca.
Hipátia chegou a desenvolver vários estudos no campo da álgebra e astronomia e procurou provas para demonstrar que a Terra girava em torno do sol... Sua história mostra os bastidores que levaram o final da Idade antiga e o início da Medieval.
Conheci Hipátia há pouco tempo, exatamente em junho de 2013. Uma amiga indicou o filme Ágora, onde a vida da filosofa e a destruição da Biblioteca de Alexandria se confundem, nos dão uma panorâmica das mudanças de paradigma existentes na época. Era o início do obscurantismo que dominou a Idade Média, onde interesses de domínio usavam o cristianismo encarcerado em uma instituição religiosa, para controlar multidões e destruir tudo o que pudesse questionar a nova ordem que estava sendo imposta.
Foi um filme que vi em doses homeopáticas... Precisei parar algumas vezes para digerir tudo o que via e ouvia. Em alguns momentos eram os mesmos discursos de ódio, ignorância e intolerância que estava lendo nas redes sociais. As mesmas práticas e manipulações. Os tempos eram outros? Parecia que apenas os personagens e cenários não era o mesmo. A essência ali estava como também o motivo: poder.
Ao final do filme Hipátia foi direto para a minha galeria de heroínas e ao procurar mais informações consta que ela morreu exatamente em 08 de março, uma data que não lembra flores perfumadas e sim muita luta.
Durante a semana falarei mais sobre essa luta que ultrapassa fronteira de tempo e espaço. Uma luta do feminino pelo seu direito de Ser Humano e não objeto de domínio e exploração.
Por isso no dia Internacional da Mulher não
são flores que pedimos e sim Respeito.
Deixo link do Blog Filosofia na Escola onde poderão assistir ao filme completo
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