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quarta-feira, 6 de abril de 2011

Descomplique-se II - Supere o medo de mudanças

Ilustração de Mirella.
Muitas vezes admiramos a paisagem que temos
 medo de tocar com nossos pés.
Nossa vida é construída por imagens, conceitos e muitas outras variantes. Olho ao redor e o que mais vejo são construções estagnadas, ou pior, “terminadas". A vida não é uma obra que se completa em si, é singular e única porque não tem fim.

A arte da vida é regida por sua eterna continuidade... Uma estrada que se constrói com nossos passos rumo a uma expansão infinita, só possível quando permitimos as mudanças. 

Mudar nesse sentido passa longe da inconstância e da leviandade, ao contrário, é agregar vivências novas as adquiridas. Isso dá trabalho porque movimenta energia.

Veja o exemplo da pedra atirada em um lago calmo, movimenta tudo ao redor e dependendo da intensidade essa ondulação pode alcançar um amplo raio. Essa movimentação que tira as pessoas do lugar, auxilia a oxigenar a vida, que ao contrário ficaria como a água parada; estagnada e sem nutrientes, a apodrecer.

Em nosso caso, no início dessa estagnação aparece aquela sensação de que algo está errado. Muitas vezes surge como uma saudade de origem desconhecida. Só que não é a lembrança de uma situação do passado, mas de outra a nossa espera. 

Tudo isso tem gerado crises de depressão, insatisfação, doenças, dores no corpo de origem desconhecida, ansiedade, muito medo e pânico.

É a Energia parada. O corpo físico pede socorro, a mente quer auxilio, o emocional suplica por harmonia... Nosso corpo conversa e dá sinais claros do que precisa. A energia da Vida ao nosso redor se movimenta e pede passagem. Porém, da mesma forma que deixamos de escutar e conhecer nosso planeta, desaprendemos a ouvir nosso corpo e não reconhecemos os seus sinais, menos ainda as mensagens enviadas pela Vida.

Por que? Porque se fossemos ouvir teríamos que mudar e estamos acomodados no conhecido. Diferente de antes, quando não tínhamos muitas opções para a sobrevivência e a movimentação era uma constante.

Mas penso que tem um problema mais profundo ligado a isso,  que acontece quando relacionamos a com a perda do conhecido com a morte, o nosso maior medo.

Como temos um medo natural da morte física, passamos ele para as pequenas situações que devem se transformar, devem "morrer". Da morte física ninguém escapa, mas dessas pequenas mortes podemos ter a escolha, o livre arbítrio.

Então, para muitos, não deixar uma situação terminar mais que evitar o novo é evitar a morte de algo. Na maioria das vezes, nem percebemos que estamos segurando apenas um cadáver, que deveria estar enterrado.

E, se por acaso a corrente da Vida chega com força e leva isso que se segura com tanto querer e poder.... Meu Deus!!! Que sofrimento!! Parece que se morre junto e por vezes se cava a maior fossa, onde se fica enterrada por longo tempo .... Ou para sempre.

Sair desse buraco pode ser mais difícil que mudar de ponto. Pena que só depois da experiência é que percebemos... Isso quando se percebe.

Não sou médica, não sou psicóloga , porém, aprendi a observar e estudar essas situações. Eu já “morri” várias vezes nessa encarnação, me transformei e segui na corrente de energia desse rio maravilhoso,  mergulha nessa energia de vida, seja em águas profundas ou nas areias do deserto.

AH!! Isso que denominamos sofrimento continua existindo... As vezes sofroooo que só. Mas, se vai cada vez mais rápido e a  Alegria fica cada vez mais presente.

É que a gente vai aprendendo que o sofrimento provocado por essas mudanças faz parte do aprendizado, assim como a alegria. De minha parte, vou me deixando morrer e renascer, até que um dia a morte do corpo chegue e me revele, ou não, mais um mistério. Enquanto isso curto o que posso por aqui do meu jeitinho, sem as bulas de como ser alegre que existem por ai, porque como disse Gonzaguinha 

 “A vida é bonita, é bonita e é bonita!!!”.

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